Ministério Público pede a condenação de Thor Batista por atropelamento
Ele atropelou ciclista em março de 2012. Também foi aplicada multa de R$ 1 milhão para uma instituição
Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - O Ministério Público do Rio pediu a condenação por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) de Thor Batista pelo atropelamento de um ciclista em março de 2012 em Xerém, na Baixada Fluminense. O MP pediu que a pena seja revertida em prestação de serviços, além da aplicação de uma multa de R$ 1 milhão, que será destinada para uma instituição.
De acordo com o órgão, esta é a quantia que consta do acordo feito entre o acusado, os familiares da vítima do atropelamento, o advogado e um bombeiro que supostamente teria ajudado a família.
Publicidade
A promotoria informou que o termo do acordo foi incluído no processo posteriormente e contém uma cláusula de confidencialidade, que estipula multa de R$ 500 mil para quem divulgasse o teor do documento. O acordo previa o pagamento de R$ 270 mil ao advogado da família, R$ 100 mil ao bombeiro e R$ 630 mil que seriam divididos entre uma tia e a companheira da vítima.
A Promotoria também pediu à Justiça que aplique multa reparatória, prevista no código de trânsito, no valor de R$ 630 mil, que, se concedida, será repassada à família da vítima; e a intimação judicial dos parentes para informarem se receberam ou não o dinheiro do acordo.
O pedido de condenação foi feito pela promotora Patrícia de Oliveira Souza. A promotora pede que Thor realize serviços comunitários por um ano e que a instituição que receberá o dinheiro seja de preferência uma unidade hospitalar ou de reabilitação de vítimas de acidentes de trânsito.
O processo será encaminhado para análise e sentença da juíza da 2ª Vara de Duque de Caxias, já com o posicionamento da defesa.
O filho de Eike Batista atropelou o ciclista na Rodovia Washington Luiz (BR-040). Wanderson dos Santos morreu na hora.
Thor falta a interrogatório
Thor Batista, filho do empresário Eike Batista, não foi ao interrogatório agendado para o dia 12 de março, na 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O advogado de Thor apresentou um laudo médico, justificando a ausência do cliente, alegando que ele precisa de repouso. A juíza Daniela Barbosa Assunpção Sousa solicitou a confirmação da enfermidade.
Publicidade
A juíza também aceitou solicitaçao do Ministério Público para que seja feito um novo laudo pericial para apurar a velocidade do carro de Thor no momento do acidente. Enquanto isso, ele pode continuar dirigindo. O primeiro laudo produzido foi anulado à pedido dos advogados do réu.
No dia 24 de abril, Thor compareceu na Vara de Caxias acompanhado de sua mãe, Luma de Oliveira, e foi ouvido pela juíza.
Publicidade
Perito afastado pela Justiça
Em fevereiro, o perito criminal Hélio Martins Junior, responsável pelo laudo do atropelamento do ciclista foi afastado do processo pela Justiça.
Publicidade
Segundo a decisão da juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 2ª Vara Criminal de Caxias, o laudo, em que ficou constatado que Thor dirigia a 135 km/h, foi anulado. De acordo com a decisão, o perito teve contato direto, por mais de uma vez, com o Ministério Público, o que indica que teria relações com a acusação.
A decisão ressalta que não há provas de que houve parcialidade no laudo do perito, mas que seu contato com o MP é suficiente para deixar dúvidas quanto à sua imparcialidade. O parecer reforça a decisão da 5ª Câmara Criminal que já havia votado pela anulação do documento elaborado pelo perito.