Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - O médico Rogério Poivilaitis Domingues, de 51 anos, que arremessou dois cães do 6º andar de prédio em Copacabana e matou os animais, quarta-feira à noite, foi internado no Instituto Philippe Pinel, em Botafogo, também na Zona Sul do Rio, logo após prestar depoimento nesta quinta-feira. Ele foi autuado por maus tratos, mas a instituição psiquiátrica ainda está avaliando se ele precisa de tratamento.
Segundo a psiquiatra Rita Jardim, Rogério pode ter passado por um surto psicótico ou mesmo sofrer de psicopatia. “Quando ele não demonstra remorso ou tenta negar o fato, mesmo sem conhecer o estado clínico dele, podemos dizer que há esses indícios”, avaliou a profissional.
Policiais isolaram a área onde os cachorros caíram%2C em CopacabanaLeitor Leandro Candido

Segundo a delegada Verônica Oliveira, da 12ª DP (Copacabana), a irmã de Rogério, a veterinária Monique Poivilaitis, contou que ele tinha comportamento ciumento e agressivo. A pena para o crime vai, na atual legislação, de três meses a um ano de prisão, mas tramita em Brasília projeto de Lei para aumentar a detenção para até seis anos de cadeia.

Na delegacia, Rogério disse ter visto um vulto no apartamento, que é da mãe dele. Depois, ao chegar ao imóvel, os cachorros, um poodle e um pastor alemão, já haviam sido arremessados.

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Ainda de acordo com o depoimento de Monique, há cerca de um ano Rogério teria tentado sufocar o próprio filho, então com três anos de idade. Repreendido pela irmã, ele dissera que se tratava de uma ‘brincadeira’.
O presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB/RJ, Reynaldo Velloso, foi ontem à tarde à delegacia para acompanhar o andamento do processo contra Rogério. A OAB exige que a lei seja cumprida no episódio. “Lamentamos apenas que a pena nestes casos é pequena e uma das lutas da comissão é para que este aspecto da legislação seja revisto”, comentou Velloso.
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Psiquiatra dá exemplo de transtorno
A psiquiatra Rita Jardim explica que até mesmo doenças comuns, e não psicopatias, ou o uso de drogas, podem alterar comportamento considerado normal.
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“Se um tumor se desenvolve ou um coágulo, fruto de um AVC não incapacitante, comprime determinadas partes do cérebro, é possível que um transtorno comportamental surja, sem que necessariamente a pessoa tenha distúrbio mental”, exemplificou a médica.