Por thiago.antunes
Rio - Encontrar novas maneiras de exercer a liderança nas comunidades, agora sob a realidade da pacificação. Com este objetivo, O DIA realiza nesta quarta-feira, no Fallet, em Santa Teresa, o 5º debate da série ‘Rio, Cidade sem Fronteiras’.
Na mesa, pensadores e atores que vêm ajudando a mudar a realidade das comunidades, seja através de eventos como a Batalha do Passinho, ou através de projetos que ocupam principalmente as crianças.

“O Rio está mudando e tem uma nova realidade, apesar dos nossos políticos, da polícia e de nossos atores”, desafia Julio Ludemir, criador da Batalha do Passinho e da Flupp, a feira literária das UPPs. “Está mais do que na hora de termos novas lideranças para confirmar o processo de mudanças na cidade.”

A sede da Amavale%2C onde acontecerá o debate nesta quarta%2C recebe aulas de capoeira%3A quadra descoberta atrapalhaSeverino Silva / Agência O Dia

A raiz deste processo também está na mira de Flávio Mazzaro, o Fafá, presidente da Amavale, a Associação dos Moradores do Fallet. “As associações precisam se unir para criar uma federação e, juntas, defenderem melhorias para todas as favelas”, defende.

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A ideia do debate é unir pensamentos e experiências em busca de um Rio melhor, aproveitando as oportunidades econômicas. Charles Siqueira, do Galera.com (Prazeres), concorda.
“Estamos num momento especial, após muito tempo de desinteresse das comunidades em participar das associações de moradores por conta do medo.”
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O empoderamento destas lideranças será levantado por Leonardo Dias, consultor em sustentabilidade e captador de recursos no exterior.
“A comunidade ganhou poder de influência nas esferas política, artística e empresarial. Agora, os líderes devem ampliar a influência para melhorar a vida das pessoas”. Tássia Mendonça, do Instituto de Estudos da Religião (Iser), completa a mesa.
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Debatedores elogiam iniciativa: ‘O DIA está na vanguarda’
A iniciativa de fazer debates dentro de comunidades carentes, no projeto ‘Rio, Cidade sem Fronteiras’, chamou a atenção dos participantes. Todos destacaram a importância do fato, que valoriza o processo de mudança pelo qual a cidade passa. Flávio Mazzaro, da Amavale, festeja a redescoberta de sua comunidade.
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“Este debate vai ser um divisor de águas”, avalia o anfitrião, feliz por enfim não ver o nome Fallet associado à violência. “As crianças já não têm mais vergonha de dizer que moram aqui. O jornal está de parabéns”.
Júlio Ludemir segue a trilha. Ele destaca a iniciativa do jornal em se deslocar do eixo Rocinha/Alemão/Vidigal.
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“Um jornal como O DIA levar o debate para dentro da favela, com toda a história e tradição que tem, é algo absolutamente extraordinário.” Ludemir lembra que a comunidade-sede do debate não recebe atenção de nenhuma ONG.
“Não tem AfroReggae, Observatório de Favelas nem Viva Rio. O lugar onde será feito o debate já mostra o quanto ele é novo no cenário do Rio.”
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Charles Siqueira também elogia a iniciativa. “Não cabe a nós pensarmos se há marketing ou oportunismo nesta política de segurança. Temos de aproveitar esta janela de oportunidade até 2016. O DIA está na vanguarda.”
Já Leonardo Dias destaca o encontro de interesses ao conhecer o projeto ‘Rio, Cidade sem Fronteiras’. “Foi com grande satisfação que conheci este projeto, em fevereiro. Nosso elo de união foi a inquietação por divulgar a agenda positiva das comunidades.”
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