Por thiago.antunes

Rio - No Tabajaras, vida e arte se misturam. Órfão de pai e mãe e arrimo de família, criando seus cinco irmãos sozinho desde 2011, a vida do dançarino de break Nílson Bruno inspirou a peça ‘A Vida de um B-Boy’, da Companhia Abraço da Paz, formada por moradores do Morro dos Cabritos e do Tabajaras.

Vida de dançarino de break do Tabajaras inspirou filmeCarlo Wrede / Agência O Dia

Na história, um grupo de jovens, dançarinos de break, busca a realização profissional, enquanto tenta resolver questões pessoais. Quando um amigo precisa de ajuda, a turma repensa suas atitudes. “Minha casa está numa área de risco”, conta Nílson, que vive na parte da comunidade em cima do cemitério São João Batista.

Sua casa, no caso, é um cômodo, com um beliche onde dormem quatro pessoas. O chão é dividido por dois irmãos. A peça, e não sua vida, foi escrita por Jonas França, também diretor com Alex Borges, com supervisão de Matheus Nachtergaele.

Dançarino sonha com nova casa para reiniciar a vida

A casa já foi destruida uma vez, após a mãe brigar com uma vizinha,e reerguida. Agora Nílson espera que a prefeitura encontre um novo lugar para sua família e torce para entrar no programa Morar Carioca. “Há várias casas aqui derrubadas pela prefeitura, e que teve moradores indenizados. Gostaria que eles vissem minha situação”, conta. Abaixo da casa, fica a de sua tia, com dez pessoas, que sofre com a infiltração vinda de tubulação de esgoto. Mas a vida não pode parar. Nem o show.

Cartilha da UPP

A tenente Paula Apulchro, comandante da UPP da Babilônia/Chapéu Mangueira, distribuiu cartilha sobre como os policiais devem se relacionar com os moradores. Entre outras recomendações, pede que o policial ‘conheça a realidade da comunidade onde serve e faça com que os cidadãos o conheçam’.

Blog da Mangueira...?

Ela tem apenas 16 anos, mas já se movimenta para evitar que a gravidez precoce continue ‘bombando’ entre as adolescentes da Mangueira, onde mora. “É um dos assuntos que mais discuto no meu blog”, conta Raphaella Santana, no 9º ano da Escola Uruguai. “Falam em aborto como coisa natural, mas não é”.

Raphaella comanda o blog que fala sobre gravidez precoce em blogAndré Balocco / Agência O Dia

Contra o aborto

No endereço em que discute os assuntos (raphaellamoreninhah.blogspot.com.br), há posts com apelo aos pais para que não deixem de falar sobre sexo com os filhos. “Mas também falamos sobre bullyng e outros assuntos. Tive a ideia de fazer o blog depois de uma palestra que ouvi na escola”, revela.

Entrevista - Coronel Paulo Henrique, Coordenador das UPPs

Ex-comandante do Bope, atual coordenador das UPPs. Aos 48 anos, o Coronel Paulo Henrique Moraes assumiu o posto mais desafiador de sua carreira. A seguir, o que pensa o homem que é responsável pela pacificação do Rio.

1. O processo de pacificação tem sido chamado de maquiagem por críticos. O que acha disso?
— A sociedade precisa escolher qual polícia quer: a de intervenções pontuais, como o Bope que entrou na Maré, ou a de pacificação, que fica na comunidade.

2. Mas há moradores de comunidades que também se queixam...
— Eles estavam acostumados a ter um líder, que era o tráfico. Não é este o papel da UPP e eles vão demorar a se acostumar com isto. É como o passarinho, após uma vida na gaiola, diante da porta aberta.

3. Fala-se, nas comunidades, que o Estado está ausente na parte social e que a polícia está lá só para reprimir. Isso atrapalha a pacificação?
— Se não houver social, as UPPs correm o risco de se transformarem numa repetição do Gpae e do PPC (ações exclusivamente policiais). A questão da segurança entra apenas como requisito para as melhorias sociais que precisam vir.

ATÉ QUANDO a comunidade da Mineira vai ter de conviver com o valão que é conhecido como ‘Ilha dos Ratos’?

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