Rio - Novo homem forte da PM nas Unidades de Polícia Pacificadora, o coronel Frederico Caldas acredita que a lentidão das ações sociais nas comunidades dificulta o trabalho dos comandantes. Caldas trocou o cargo de relações-públicas da corporação pelo de coordenador das UPPs. “O grande desafio para prefeitura, estado e União, é ter o fôlego necessário para chegar junto com a polícia e reverter décadas de abandono”, diz, em entrevista exclusiva à coluna.
“Como não há a presença que deveria haver, isso acaba sobrecarregando os comandantes. Mas o estado está lá”. Para ele, as UPPs são a porta de entrada para a cidadania nas favelas, pois permitem que serviços essenciais entrem também. “Eu acredito nas UPPs. Não se vêem mais ‘bondes’, balas perdidas, traficantes de fuzil pelas ruas”.
O Caso Amarildo também foi abordado. Para o coordenador, o que aconteceu na Rocinha, ainda a ser esclarecido, foi atípico. “Uma exceção, pois não há relatos de pessoas que sumiram nas UPPs.”
‘QUEM FALAR NO FIM DAS UPPS NÃO VAI SE ELEGER’
O sucesso das UPPs é, na sua opinião, a garantia de que o programa se transformou em política de Estado e que sobreviverá à Olimpíada. “Se algum candidato, ano que vem, disser que vai acabar com as UPPs, ninguém votará nele”.
A liberdade de circulação para os moradores e a presença de turistas em muitas comunidades pacificadas, fortalecendo iniciativas locais, também ajudam a consolidar as UPPs. “Não tem mais volta”.
QUEDA DE MORTES EM SERVIÇO IMPRESSIONA
Os gráficos também são aliados na defesa da política de pacificação. O Coronel Frederico diz que a queda no número de PMs mortos em ação consolida a política entre os próprios policiais. Hoje, sabidamente há agentes que não gostam das mudanças que estão acontecendo na corporação, mas cumprem as ordens por uma questão de disciplina.
“De 2002 a 2006 perdemos 40 homens em confrontos. De 2007 para cá foram cinco”, defende o coordenador. “Hoje, está mais fácil ser policial no Rio de Janeiro, pois os riscos são menores.”
AMAVALE COBERTA
A quadra da Amavale, no Fallet, enfim ganhará sua cobertura. Alexandre Lagrimante, da Subsecretaria de Governo, e Érico Moreira, da Subprefeitura, fizeram a promessa ao presidente Flávio Mazzaro. É ver para crer.
MARÉ REÚNE LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS DO RIO
A Redes da Maré, que reúne ONGs e associações de moradores atuantes nas comunidades do complexo, convidou os líderes comunitários do Rio para ‘refletir e trocar experiências que têm se dado em alguns territórios ocupados pelas UPPs’.
Próxima favela a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora, a Maré quer saber o que tem dado certo, e errado, nestas comunidades. O encontro acontecerá hoje no Centro de Artes da Maré, que fica na Rua Bittencourt Sampaio 181, na Nova Holanda, das 9h às 15h.
BOREL PARA TURISTAS
Duas agências de turistas entraram em contato com lideranças comunitárias do Borel, interessadas em incluir a comunidade em seus roteiros. Para receber os visitantes, a ONG Jocum vem capacitando os moradores interessados, com a ajuda do Sebrae, a customizar os artesanatos locais e oferecer refeições.
EU, JOVEM CARIOCA
Affonso Romano de Sant’ana e Ana Paula Maia dão o pontapé inicial na segunda fase do concurso literário ‘Eu, Jovem Carioca’, do Fundo Carioca. Os dois, mais o escritor Júlio Ludemir, participam de debate, segunda-feira, na Seeduc, com os 45 pré-selecionados — 15 terão seus textos publicados no DIA.
AGENDA
FUMACÊ
O grupo Os Inclusos e os Sisos, projeto de arte e transformação da Escola de Gente, se apresenta e faz oficina de teatro na quadra de eventos do Fumacê, sexta, das 10 às 13h.
PARQUE ARARÁ
O Instituto Ary Carvalho leva os 80 aniversariantes do trimestre, amanhã, para o Unicirco Marcos Frota, na Quinta da Boa Vista.
ALEMÃO I
A Feira Solidária, com a Associação de Moradores, abriu sua internet na Estação Palmeiras do teleférico.
ALEMÃO II
O Instituto Raízes em Movimento oferece oficinas de artesanato, de DJ e sarau de poesia no Largo do Bulufa, na Grota, a partir das 14h.