Por cadu.bruno
Há 12 anos%2C Abelardo Roque trocou a função de mestre de obras pelos pincéisDivulgação

Rio - As mãos, ainda calejadas, já não servem mais para quebrar o emboço das paredes. Há 12 anos, Abelardo Roque trocou a função de mestre de obras — “meu primeiro prédio foi na Avenida Copacabana 120” — pelos pincéis. E não se arrepende. Famoso na comunidade da Matinha e no circuito de obras de artes para turistas, o carioca da extinta favela da Catacumba, que recebeu o nome em homenagem a Chacrinha, gosta mesmo é da complexidade dos temas que pinta.

“Mas eu comecei por acaso. Minha filha pediu cartolina e guache para fazer um trabalho na escola e esqueceu comigo. Um dia, estava lendo uma revista que mostrava o passo a passo para pintar um quadro. Acabei tomando gosto”, conta ele.

A prova dos nove aconteceu quando levou a tela a um amigo chaveiro, na Tijuca, e ouviu dele que sua obra de estreia estava igual ao que tinha na sua casa. “Daí eu não parei mais”, conta. “Pintar é uma coisa que não me cansa. Eu vou morrer pintando.”

QUADROS FICAM NA FEIRARTE E EM SANTA TERESA

Hoje, Abelardo se orgulha de dizer que vive dos quadros que faz. A principal fonte de seu sustento é a Feirarte de Copacabana, no calçadão central da Av. Atlântica, próximo à Rua Miguel Lemos. Em Santa Teresa ficam suas obras mais complexas</MC>, inspiradas em Renoir e Di Cavalcanti. O artista que mais admira, no entanto, é o italiano Eduardo di Martino. “Amigo, nunca fui a um museu nem vi ninguém pintando”, conta.

BUROCRACIA ATRASA REGISTRO EM AGÊNCIA

Com a ajuda da filha Luana</MC>, ele tenta registrar seu ateliê na Agência Rio Máximo, de recepção turística. “Mas estamos parando na burocracia”, diz. A ideia é levar os visitantes que forem conhecer o Turano até sua casa, uma das principais atrações da favela.

AS FAVELAS E A COPA

<MC0>De volta à ativa, após uma série de indecisões geradas por disputas políticas, o projeto UPP Social, do Instituto Pereira Passos, faz calendário em alusão à Copa com atletas de comunidades pacificadas.

DEBATE NO TURANO

Rita Smith, que faz prevenção à tuberculose na Rocinha, estará no 7º debate ‘Rio, Cidade sem Fronteiras’, quarta, na Matinha, Turano — complexo que teve 18 casos da doença de janeiro a junho deste ano.

BOXEADORES DE RAFF GIGLIO MEDALHAM

Destaque na coluna do dia 4 deste mês, o trabalho de Raff Giglio no Vidigal rendeu frutos. No fim de semana passado, quatro de seus cinco atletas disputaram o Brasileiro de Boxe, em Aracaju, e trouxeram medalhas — uma de ouro, uma de prata e duas de bronze.

“É um resultado fantástico, já que as condições de treinamento são difíceis, pois estamos sem academia”, festeja Raff. “Estávamos treinando na praia e na praça. Só recentemente a associação de moradores conseguiu nos emprestar uma sala.”

Medo da chuva

A chuva da semana deixou os moradores do morro da Mineira temerosos. Além do desabamento de uma casa desocupada, há duas regiões na comunidade ameaçadas, diz Pedro Paulo Ferreira, presidente da Associação de Moradores. “A prefeitura prometeu fazer obras há dois meses, mas até agora nada”.

Festa no Terreirão

Depois de 11 meses de dedicação, as crianças da comunidade do Terreirão, no Recreio, fazem festa de formatura, dia 26, no curso de técnicas e expressões artísticas, apresentando o espetáculo ‘A Força da Natureza’. O evento reunirá balé, canto, teatro e cenografia na sede da Casa das Artes do Terreirão.

Agenda

MANGUEIRA I
Jonas da Vila Isabel e Jeronymo da Portela gravam depoimento hoje, no Museu do Samba da Mangueira. 

MANGUEIRA II
Nilcemar Nogueira, neta de Cartola e Dona Zica, será uma das entrevistadas do Museu de Imagem e do Som, quarta, às 13h30, no Auditório do MIS, na Praça 15.

ALEMÃO
O Instituto Raízes em Movimento faz oficina de artesanato, desenho e pintura infantil e grafite no Largo do Morro dos Mineiros, entrada pela estação Alemão do Teleférico.

ENGENHOCA
A jornalista Simone Ronzani leva o ‘Recontando Notícias’ à Biblioteca Agnaldo Pereira de Macedo, às 13h30 de sexta.

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