Por adriano.araujo

Rio - A força política das favelas está de volta. Depois de experimentar o poder nos anos 80, quando Jó Rezende chegou a vice-prefeito, e decair com a ascensão do tráfico, as lideranças das comunidades voltaram a se unir e fundaram a União Comunitária em março. A iniciativa visa a dar maior poder de barganha na hora de discutir as políticas públicas para as favelas. “Precisamos ter poder para cobrar dos órgãos públicos”, conta Gláucio Nascimento, secretário da União e morador do conjunto habitacional Pio X, o Balança de Botafogo. Anda em fase de formação do estatuto, a entidade tem Zé Mário Hilário, do Santa Marta, como presidente. Além do Santa e do Balança estão presentes Tavares Bastos (Catete), Santo Amaro (Glória), Vidigal e Rocinha (São Conrado), Tabajaras (Copacabana), Providência (Centro), Guararapes e Cerro Corá (Cosme Velho).

Iniciativa visa a dar maior poder de barganha na hora de discutir as políticas públicas para as favelasDivulgação

ESGOTO É PROBLEMA

?As reivindicações são muitas. Gláucio diz que o maior problema das favelas, neste momento, é o saneamento básico, que expõe os moradores, principalmente crianças, a doenças. “Há ainda questões como limpeza, iluminação, calçamento e mobilidade para serem postas na mesa. Não temos qualquer vinculação política”, garante o secretário do União Comunitária.

PAUTA PARA PEZÃO

?Apesar de focar nas favelas da Zona Sul — que por serem vitrines têm peso político maior —, o movimento planeja se expandir. “A Faferj (Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro) não chega aos morros”, diz Marcelo da Silva, do Vidigal. “Vamos nos reunir dia 26 e tirar uma pauta para levarmos ao Pezão e ver o que ele tem a nos oferecer”, conclui.

Hostel Alto Vidigal%2C no Arvrão%2C está proibido de fazer festasMaíra Coelho / Agência O Dia

FIM DE FESTA NO VIDIGA 1

O Hostel Alto Vidigal, no Arvrão, está proibido de fazer festas. A decisão, após vistoria dos bombeiros, foi comunicada semana passada ao proprietário, o austríaco Andreas Wielend. “Disseram que eu não poderia mais resolver com a UPP, e que agora teria que ser com a polícia e os bombeiros”, conta. “Não se pode mudar as regras de uma hora para outra.”

FIM DE FESTA NO VIDIGA 2

Presidente da Associação de Moradores local, Marcelo da Silva diz que cansou de avisar que as festas estavam incomodando os moradores. “Vão sempre até seis, sete horas da manhã”, reclama. “Qualquer problema aqui estoura na Associação de Moradores. Ele precisa respeitar as regras”. O hostel Mulata’s e a Laje do Jean Pierre também foram afetadas.

RIO SEM FRONTEIRAS FAZ DEBATE NA FORMIGA

?O décimo debate da série ‘Rio, Cidade sem Fronteiras’ já tem novo abrigo. O encontro, que reúne morro e asfalto em busca da inclusão, acontecerá dia 29, terça-feira, a partir das 18h, no Morro da Formiga, na sede do Centro Municipal de Saúde da comunidade. O tema será Habitação Popular e Especulação. A urbanista Theresa Williamson, da ONG ComCat, estará na mesa. Para ela, as comunidades pacificadas passam por um procesos de remoção branca por conta da alta dos preços. “O debate é importante porque morador precisa se informar”, defende.

AGENDA

ROCINHA 1

Hoje, às 22h, a Acadêmicos da Rocinha receberá o grupo de pagode Balacubaco para o Rocinha Prime. O DJ Risada tocará nos intervalos. Rua Bertha Lutz 80, São Conrado.

ROCINHA 2

Em homenagem ao Dia do Índio, a Biblioteca Parque da Rocinha será um dos locais a receber a Semana Estadual da Cultura Indígena. Estrada da Gávea 454. Tel: 2334-7096

TERREIRÃO

A Casa das Artes do Terreirão, no Recreio, oferece curso de Comunicação e Expressão oral para os jovens da comunidade, às terças e sextas-feiras, a partir de maio.

BATAN

Terça-feira será inaugurado o Espaço Sesi/Senai Água Branca, na UPP Batan, onde o Sesi Cidadania oferecerá cursos gratuitos de educação básica e profissional.

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