Rio - Por onde passa, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, não cansa de responder que as UPPs não têm data para acabar, na contramão dos que imaginam que o projeto será extinto após a Olimpíada de 2016. Na Mangueira, onde inaugurou o primeiro Conselho de Gestão Comunitária de Segurança, terça-feira, pela primeira vez ele demonstrou publicamente seu desgaste com o tema.
Ao responder à dúvida de um morador, deu a entender que sairá do cargo, independentemente de quem vencer a eleição. “Meu sucessor não vai acabar com as UPPs”, disse ele. “Se for um técnico, verá os números positivos que temos em mãos. Se for político, não será louco de acabar com o programa, pois irá prejudicar seu principal capital: os votos”. Para o secretário, a UPP está nas mãos da comunidade. “Se não querem UPP, votem num cara que não queira”, disse.
Cadê os serviços?
Beltrame tenta furar, com o Conselho de Segurança, a ausência de fóruns patrocinados pelo Estado. Para ele, a oferta de serviços públicos em seguida à chegada das UPPs, que ele chama de segunda onda, é fraca. Porém, o secretário já sabe que ela segue um outro calendário: o eleitoral. “A UPP só está no morro para garantir o resto. É preciso vir a segunda onda”, disse.
Com taxa, sem luz
A ‘segunda onda’ a que se refere anda longe da Mangueira. Durante o encontro, o único tema não abordado foi segurança. Os moradores reclamaram da RioLuz, órgão da prefeitura responsável pela iluminação pública, da Cedae, que pertence ao governo do Estado e não acaba com os valões, e da Comlurb, que minutos antes do evento limpava um imenso lixão.
Ao lado do campo, chorume e bicho de pé
E por falar em lixo, os problemas no quesito se acumulam em várias favelas — a Mangueira, com sua UPP prestes a completar três anos, continua convivendo com dificuldades na coleta. Mesmo estando ao lado da sede policial, a entrada do campo de futebol da comunidade sofre com o chorume que, segundo moradores, brota em parte do campo de grama sintética. Ao lado de sua entrada lateral fica uma espécie de lixão. Deisi Silva garante que há muitos casos de crianças que jogam no campo com frieiras e bicho no pé.
Tem pipa no Andaraí
A favela do Jamelão, no Complexo do Andaraí, recebe amanhã o Primeiro Festival de Pipa na Laje, iniciativa do Instituto Pereira Passos, da prefeitura. A ideia, que reúne voluntários do IPP, é resgatar a tradição da brincadeira, muito popular nas favelas e que tem sido deixada de lado pelos mais jovens em troca das redes sociais. O evento começa às 10h.
Caju bom de luta
Mais de 100 crianças e adolescentes participaram ontem da inauguração da sala de esportes da UPP do Caju, comandada pela major Alessandra Carvalhaes, que posou no meio dos alunos. A projeção é de que pelo menos 200 jovens possam aprender técnicas de judô, jiu-jítsu e muay thai na sede da UPP. “A expectativa é a melhor possível”, comentou.
Passinho de Arena
O funk e o Passinho serão as atrações hoje na Arena Carioca Dicró, no Parque Ary Barroso, Penha. O espetáculo ‘Suave’, coreografada por Alice Ripoll, começa às 19h.
Hip hop na Pavuna
Já na Arena Carioca Jovelina Pérola Negra, o hip hop dá as cartas no espetáculo ‘Sob Rodas’. Com a coreografia de Renato Cruz, começa às 20h na Praça Ênio, Pavuna.
Black Santa
A Praça Doce Mel, no Prazeres, vai bombar a partir das 18h, com a festa de dois anos do baile Black Santa. Buiu Beat Box é uma das atrações, que terá set de Tikano Calderón.
Cinema do Alemão
A estação Alemão do teleférico promove, a partir das 10h, cinema com o filme Shrek, brincadeiras infantis como Amarelinha, Pula Corda e som com DJ Daniel Correa.
Naves do conhecimento
As naves do conhecimento da prefeitura recebem, desde ontem o Filmambiente, Festival de Cinema de Meio Ambiente, com produções nacionais e internacionais ligados ao tema. Hoje, o evento passa pelas naves da Vila Aliança e de Irajá, com início sempre às 19h.