Rio - Ainda curando as feridas do confronto entre bandidos há duas semanas, depois de um longo período de calmaria, o Tabajaras dá mais um passo em direção à inclusão. No fim de semana que vem, a favela será uma das sedes do 1º Festival Gastronômico das Comunidades, iniciativa do Sebrae que abrangerá ainda Santa Marta, Babilônia e Chapéu Mangueira.
São quatro os restaurantes locais inscritos — três no Cantão, no Morro dos Cabritos, e um na face que dá para a Rua Real Grandeza. Quem subir o morro poderá aproveitar pratos como as Panquecas de Camarão, do Tabritur Ceesc; a Muqueca da Val, no Bar da Val; o Acará com Baião, do Jaca’s Bar, e a Feijoada da Rô.
Qualificação e medo causam desistências na favela
Inicialmente eram 11 os interessados em participar do evento. Mas os custos com as exigências do Sebrae para indicá-los, aliado aos fatos ocorridos há duas semanas, levaram sete dos inscritos a desistir — apesar desta não ser a versão oficial. O fato é que a violência que ameaçou retornar à comunidade inibiu os investimentos em qualificação, uniformes e melhorias que o Sebrae pedia para qualificar os empreendimentos a receber turistas. Das favelas ‘joias’ da Zona Sul, o Tabajaras é a menos valorizada.
Favela Mundo na ONU
A ONG Favela Mundo — que usa a arte como forma de mediação de conflitos — participou ontem do World Cities Day, organizado pela ONU, em Nova Iorque. “É o maior reconhecimento que já tivemos. Foram apenas três selecionados do mundo inteiro. Agora temos o aval da ONU. Obrigada aos que nos apoiaram”, disse o coordenador Marcelo Andriotti.
Eleição no 'Tropa'
O coletivo Tropa do Afeto, misto de circo, música e teatro de ações poéticas em áreas de conflito, está em campanha para decidir onde será sua próxima ação, marcada para o dia 14 de dezembro. “É importante que todos votem e mobilizem suas comunidades”, diz Wagner Seara, um dos organizadores. A eleição está aberta na página do Tropa no Facebook.
Museu de novidades
Pouco importa a disputa por ponto de drogas na Mangueira. Sexta-feira, 40 crianças do Sesi Cidadania na favela visitam um museu pela primeira vez — o Oi Futuro, no Flamengo. O projeto, que já passou pelo Morro dos Macacos e Providência, segue com a molecada do Prazeres, São Carlos, Cidade de Deus e Fazendinha, agendados para ir ao Museu Aeroespacial.
Fica, Adriana!
A pré-estreia do espetáculo ‘Febril’, no Circo Crescer e Viver, quinta, na Praça Onze, ganhou um tom político com as manifestações de carinho com a Secretária Estadual de Cultura, Adriana Rattes. O Circo, coordenado por Junior Perim, é uma das pontas do projeto de inclusão social de Rattes, que prestigiou o evento. Há um desejo da área que ela siga na pasta na gestão Pezão.
Mobilidade em debate
A importância da mobilidade urbana, que entre outras coisas permite à juventude da periferia usufruir da produção cultural em locais distantes, será debatida hoje no Centro de Artes da Maré. ‘Quando as cidades ficam prontas’ é organizado pelo Observatório de Favelas, sob coordenação de Jorge Barbosa, parceiro da coluna. Além dele, estarão na mesa o fotógrafo Mauro Restiffe, o arquiteto e urbanista Manoel Ribeiro, e o também arquiteto Pedro Évora. O início será às 17h30 com duração de duas horas.
Panorama da Maré
Hoje, às 14h30, a Maré receberá a oficina ‘Uma mãe, dois pais, três avós, quatro irmãos’ com a espanhola Paloma Calle, no Centro de Artes da Maré, Rua Bitencourt Sampaio 181.
Poetas em Nova Iguaçu
O Sarau dos Poetas Compulsivos, do Movimento Enraizados, faz reunião hoje, a partir das 19h, no Boteco da Juliana (Rua Angelo Gregório 45, Morro Agudo). Entrada grátis.
Cineclube no Santa Marta
O Cine Atitude exibe, nesta segunda-feira, o documentário ‘Caixa d’água qui - lombo é esse?’. O evento será às 16h no Bar do Tota, Rua Marechal Francisco de Moura 125.
Estopim na Rocinha
‘O Estopim’, filme que narra as consequências do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo, será exibido hoje na Acadêmicos da Rocinha, com entrada franca, às 17h.
Queixa na Rocinha
Alô, CPP! Comerciantes da Rocinha se queixaram à coluna do comportamento de alguns policiais da UPP local, que consomem, em suas lojas, produtos comprados na rua por causa do ar-condicionado e do wi-fi, ocupando mesas reservadas a clientes. Falta ensinar pelo exemplo!
