Por thiago.antunes
Rio - Cerca de 300 pessoas voltaram a se manifestar contra o aumento do preço das passagens de ônibus, nesta segunda-feira, no Centro do Rio.
Segundo o Centro de Operações da Prefeitura, os manifestantes interditaram o cruzamento da Rua Araújo Porto Alegre com a Avenida Rio Branco e seguiram para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A Avenida Primeiro de Março ficou interditada. O protesto é acompanhado pela Guarda Municipal e pela PM.

Manifestantes fecharam a Rua Primeiro de MarçoLeitor Henrique Monnerat

Policiais do Batalhão de Choque entraram em confronto com os manifestantes no trecho da via. Bombas de efeito moral foram disparadas, mas ainda não há informações sobre o número de feridos na ação.

Neste momento, a Avenida Presidente Vargas está fechada no sentido Praça da Bandeira.

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Protesto anterior deixou dois feridos
Quatro pessoas foram detidas na 4ª DP (Praça da República) após a manifestação contra o aumento da passagem de ônibus no Centro do Rio, na noite desta quinta-feira, sendo dois estudantes e dois ambulantes que teriam aderido ao protesto que começou às 18h na Candelária.

Manifestantes fecharam a Avenida Presidente Vargas e quando o grupo chegou na Central do Brasil, houve confusão com policiais militares do Batalhão de Choque (BPChq), que acompanhavam o protesto.

Manifestante foi atingido por tiro de borracha na pernaAlexandre Brum / Agência O Dia

Duas pessoas ficaram feridas e foram levadas para a Coordenação de Emergência Regional, no Centro. Guilherme de Morais, 24 anos, estudante universitário, foi atingido na coxa esquerda por uma bala de borracha. Gabriel Uaconan, 21 anos, estudante que estava vestido de índio, também foi alvejado por disparo de borracha na coxa direita.

"Primeiro lançaram o gás, depois a bala de borracha. O Choque mirou as pernas dos manifestantes. Eu estava cantando e minha única arma era minha arma de reza, um chocalho. Não consigo andar direito, estou mancando, o ferimento dói", disse Gabriel.

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Segundo estudantes, os policiais lançaram bombas de efeito moral, spray de pimenta e balas de borracha, atingindo uma pessoa na perna. Eles prometem novo protesto para segunda-feira, na porta da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
A manifestação que teria contado com mais de 200 participantes, foi organizada via Facebook pelo Fórum de Luta contra o Aumento de Passagens, formado por estudantes do ensino médio, universitários e trabalhadores, que conta com mais de 100 membros.
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O policiamento foi reforçado pelo 5º BPM (Praça da Harmonia). Segundo PMs do Choque, foram apreendidas pedras portuguesas que teriam sido usadas contra viaturas.
Vitor Hugo Ferraz, 16 anos, estudante da Rede MV1, na Ilha, falou da violência policial. "O Choque foi bastante hostil, pois era uma manifestação pacífica, teve gente ferida na perna, um absurdo", disse.
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Tayna Paelino, 21 anos, universitária na Unirio e coordenadoda do DCE, revelou as causas da manifestação. "Somos contra o valor da passagem e a qualidade do valor oferecido aos estudantes e trabalhadores. Somos a favor do passe livre restrito para estudantes e desempregados. Tentamos dialogar com a população com a Central, quando o Choque começou a jogar bombas, foi muita correria. Fugimos para a estação Central, mas fomos barrados por seguranças da SuperVia. Tive medo de ser atingida por uma bomba, os PMs foram muito violentos", revelou.