Por tiago.frederico

Rio - Até que terminem as obras feitas pela Prefeitura do Rio na região da Tijuca, a Praça da Bandeira não estará a salvo de enchentes. É o que garantiu o prefeito Eduardo Paes, durante coletiva de imprensa, na manhã desta terça-feira, no Centro de Operações da Prefeitura do Rio. A Prefeitura apresentou o novo modelo dos estágios operacionais que serão utilizados na cidade.

"Infelizmente a Praça da Bandeira ainda não está a salvo da possibilidade de enchentes, mas com os investimentos que foram feitos, a situação está um pouco melhor", reiterou o prefeito várias vezes durante o seu discurso.

O prefeito Eduardo Paes deu uma entrevista coletiva nesta terça-feira%2C no Centro de Operações%2C onde falou sobre o novo modelo dos estágios operacionaisFabio Gonçalves / Agência O Dia

Antes, os alertas sobre situações de risco eram denominados de estágios de Vigilância, Atenção, Alerta e Alerta Máximo. No entanto, visando uma melhor comunicação com a população, que muitas vezes não entendia o significado dos estágios, a Prefeitura decidiu mudar a nomenclatura para Normalidade, Atenção e Crise.

"O ano anterior foi incomum, com poucas chuvas, mas, passada a tormenta das eleições, era importante comunicar a mudança nos estágios à população", disse Eduardo Paes, que brincou: "O ideal seria a gente poder usar o 'deu ruim', mas como não podemos, escolhemos esses".

Com relação à Praça da Bandeira, que constantemente alaga, em épocas de chuva, o prefeito do Rio disse que a situação melhorou. "O desvio do Rio Joana já começou a ser feito. Também estão em fase de construção os reservatórios das praças da Bandeira, Varnhagem e Niterói, que fazem parte do processo para desafogar a Praça da Bandeira. No entanto, esse problema só será resolvido em 2016, com a conclusão das obras", garantiu Eduardo Paes.

Ainda na coletiva, o prefeito comemorou a reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT) e do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), destacando a importância da parceria entre os governos estadual, federal e municipal.

"A parceria rendeu para a cidade, no PAC 1, um investimento de R$ 70 milhões. No PAC 2, foram R$ 350 milhões, destinados à proteção de encostas, entre outras obras", destacou o prefeito, que ainda criticou a oposição: "E esse pessoal ainda fica falando mal da Dilminha".

De acordo com Paes, a partir de novembro, é sempre preciso uma atenção extra para os desdobramentos das chuvas. O fantasma dos estragos de 2010 sempre preocupa os cariocas. Naquele ano, 250 pessoas morreram em consequência das tempestades no Rio e Região Metropolitana, e enxurradas arrastaram carros na Praça da Bandeira.

Para evitar a perda de vidas e o excesso de transtornos, a prefeitura anunciou ontem o novo plano de contingência. No que diz respeito à comunicação com a população, houve uma mudança da nomenclatura dos estágios operacionais, usados para alertar as pessoas sobre situações de risco. Antes, havia dois estágios: Vigilância, Atenção, Alerta e Alerta Máximo. Agora, serão: Normalidade (verde), Atenção (amarelo) e Crise (vermelho). O prefeito ainda brincou: “Se a gente pudesse, usava ‘tá tudo certo’, ‘fica esperto’ e ‘deu ruim’”. Mas, como não pode, acreditamos que essas três palavras facilitem o entendimento”.

Reservatório da Praça Niterói%2C no Maracanã%2C deve ficar pronto no fim de 2015%2C segundo o prefeito%2C e faz parte do sistema para prevenir enchentes com as chuvas de verãoBruno de Lima / Agência O Dia

O chefe-executivo do Centro de Operações Rio, Pedro Junqueira, explicou ainda que outros tipos de crise também poderão acionar os alertas, como grandes acidentes ou megaeventos que modifiquem a circulação das pessoas pela cidade.

Drenagem do Rio Acari enfrenta problemas na Justiça

Além da Praça da Bandeira, estão entre as grandes intervenções contra as enchentes a drenagem e a canalização do Rio Acari. Porém, as obras estão paradas devido a uma decisão judicial. O prefeito explicou que um mercado que fica na beira do rio entrou com um pedido de liminar, deferido pela Justiça, para continuar no local, impedindo o prosseguimento dos trabalhos.

Segundo Paes, o proprietário não aceitou nenhum acordo proposto. “Quando vier a chuva e morrer todo mundo, arrastar e alagar, aí ninguém vai lembrar da liminar. Existe essa liminar determinando a permanência do mercadinho acima do Rio, o que é, por si só, um absurdo. E a prefeitura quer indenizar, pagar. Ninguém quer desapropriar sem pagamento”, disparou Paes, lembrando que as obras beneficiam Acari, Honório Gurgel, Marechal Hermes e Guadalupe.


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