Rio - O novo túnel da cidade, que será inaugurado no fim da tarde de domingo, tem a promessa de reduzir pela metade o tempo da viagem de saída do Centro. Já a chegada à região deve ter ainda mais congestionamentos por causa das novas mudanças e interdições viárias que serão feitas, no mesmo dia, para a continuidade das obras do projeto Porto Maravilha.
Com o funcionamento do Túnel Rio450, considerado o mais tecnológico da cidade, algumas vias, como a Rua Sacadura Cabral, terão a mão invertida, deixando a Via Binário como única alternativa de acesso ao Centro pela Zona Portuária. Nesta quinta-feira, o prefeito Eduardo Paes vistoriou a nova passagem subterrânea.
Vinte vias sofrerão mudanças no itinerário, a partir da meia-noite de sábado. A Avenida Rio Branco é uma delas, que terá inversão de sentido entre a Praça Mauá e a Presidente Vargas. A Rodrigues Alves, no trecho da Binário até a Praça Mauá, será completamente interditada após a inauguração do túnel. O próprio secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani, prevê a piora do trânsito para se chegar ao Centro.
“A Via Binário ficará sobrecarregada por conta da troca de mão na Sacadura Cabral, mas a saída do Centro vai melhorar muito, pois os veículos deixarão de passar pela Rodrigues Alves, que possui sinais, e vão entrar no novo túnel”, explicou o secretário.
O itinerário de 93 linhas de ônibus também vai sofrer alteração. Sete delas, que passariam pelo túnel, tiveram seu percurso alterado para economizar tempo de viagem e, em vez de seguir pelo Rio450, serão remanejadas para Rua Acre. Por conta da nova mudança, houve atraso na divulgação das informações à população. “O que não queríamos era divulgar um plano que poderia ser modificado. Hoje (ontem) começamos a divulgar os panfletos e as empresas de ônibus estão cientes”, concluiu Picciani.
'Túnel Rio 450 é recompensa'
Operários ainda trabalhavam nos últimos ajustes do túnel nesta quinta-feira. Para o prefeito, a nova passagem subterrânea é uma parte da recompensa que os cariocas terão após os transtornos na cidade.
“As pessoas vão começar a ter um pouco de retorno após o sacrifício que a gente vem impondo aos cariocas. Temos muita consciência desse sacrifício e sabemos que tem sido um período difícil para a mobilidade, mas o túnel é o início da recompensa”, apontou Eduardo Paes.
O primeiro túnel subterrâneo da cidade chama atenção pela sua composição high-tech. Com 32 câmeras de monitoramento, o sistema de drenagem de águas pluviais tem capacidade para armazenar 370 mil litros d’água, além de contar com outras dezenas de aparatos tecnológicos. Construída a uma profundidade de 40 metros abaixo do nível do mar, a nova passagem subterrânea terá até comunicação por megafones com o usuário.
O fluxo das três faixas em sentido único, do Centro para o Viaduto do Gasômetro, será transmitido em tempo real para o Centro de Controle Operacional da Porto Novo, localizado na Rua Pedro Alves. É de lá, que técnicos poderão transmitir informes ao vivo através dos megafones para os motoristas.
“A megafonia será utilizada quando houver casos de acidente ou até mesmo para esclarecer o motivo de possíveis engarrafamentos”, explicou o presidente da Porto Novo, José Renato Ponte.
