Por helio.almeida

Cinco produtores rurais de Magé decidiram apostar na criação de camarões da Malásia como alternativa. Eles querem seguir o exemplo dos vizinhos, de Silva Jardim, da Aquicultura Santa Helena na Fazenda Point do Camarão, que começou a criar os bichinhos em 1984 e, atualmente, produz 10 toneladas por ano e vende os camarões por R$ 30, o quilo, com receita de R$ 300 mil.

Produtores estão criando crustáceosMarcelo Dias / Agência O Dia

Para iniciar a produção, cada agricultor de Magé comprou mil filhotes de camarão e de tilápia, a R$ 120 e R$ 160, respectivamente. Além disso, compraram ração, a R$ 1,50 o quilo, e tanques para a criação.

O objetivo é tirar cerca de um quilo e meio de tilápia por metro cúbico e 250 gramas de camarão por metro quadrado. A produção será vendida a empresas distribuidoras de frutos do mar, diretamente na propriedade do produtor e em peixarias.

A criação dos crustáceos tem apoio do Centro de Ensino Integrado Agroecológico Barão de Langsdorff, que tem como base o Colégio Estadual Agrícola de Magé. “Para crescer é preciso ensinar, pesquisar e desenvolver. É um trabalho experimental, mas há expectativa dos produtores com relação à aquicultura na cidade”, diz o secretário de Desenvolvimento Econômico e Agricultura de Magé, Aloísio Sturm.

Segundo ele, há projeto de construir mais tanques e ampliar a produção. “Estamos tentando com o Ministério da Pesca e a Secretaria de Estado de Aquicultura, Pesca, Abastecimento e Desenvolvimento do Interior a compra de máquinas para construi-los. Temos 30 produtores querendo iniciar a criação”, diz.

Antes de iniciar os trabalhos, os mageenses visitaram a fazenda de Silva Jardim, acompanhados por técnicos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Agricultura de Magé. Foram conhecer detalhes do processo de criação e manuseio dos animais.

Clima ideal para a atividade

A criação, ainda experimental, envolve 2,5 mil camarões, correspondente a 60 quilos, 800 tilápias e mil larvas num tanque de 400 metros cúbicos.

Para reduzir custos, os crustáceos são mantidos em tanques com tilápias. Assim, os camarões e os peixes alimentam-se das mesmas larvas. “Fazemos a produção no mesmo tanque porque as espécies são compatíveis”, diz Aloísio Sturm.

O secretário explica que as condições climáticas de Magé foram fatores que influenciaram a opção pelos camarões. Segundo ele, o tempo e a água quentes são propícios para o desenvolvimento dos crustáceos em cativeiro.

Ainda de acordo com Sturm, não há registro de criadores de camarão em Magé. Por isso, o investimento nos animais é visto como abertura de uma alternativa para a economia local.

Aloísio Sturm explica que a atividade vai gerar empregos. “Tudo que movimenta água e terra rende trabalho, desde a criação até a comercialização”.

A expectativa é que a atividade envolva os filhos dos produtores, gerando renda para toda a família.

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