Por helio.almeida

Cidade com mais de 211 mil veículos, de acordo com dados da prefeitura, Nova Iguaçu terá em breve um novo modelo de mobilidade urbana. Vinte e seis ruas e avenidas do Centro vão ganhar câmeras, sinais de trânsito inteligentes, radares fixos e móveis, pontos de avanço de sinal e reboques.

Também serão instalados painéis de grande alcance. Eles vão transmitir informações em tempo real sobre as condições do trânsito, caminhos alternativos, ocorrências de acidentes e retenções.

O responsável pela adoção do novo sistema será o ex-gerente de monitoramento de Tráfego da CET-Rio, Rubens Borborema, que foi chamado pelo prefeito Nelson Bornier para assumir a Secretaria Municipal de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana.

Novos carros, motocicletas e reboques leves e pesados estarão disponíveis para cerca de 50 agentes de trânsito. Cada agente terá um computador de mão para facilitar a aplicação de multas. Pelo menos 40 telões eletrônicos farão a transmissão das penalidades em tempo real.

As multas, admite o governo municipal, serão responsáveis por sustentar o investimento em segurança de trânsito, com gasto mensal previsto de R$ 270 mil. “Todo esse parque de investimento se autorremunera”, afirmou <MC0>Rubens Borborema, no dia em que teve seu nome anunciado pelo prefeito Nelson Bornier, no fim do mês passado.

Congestionamento em terminal de Nova IguaçuDivulgação

A parte operacional, com custo aproximado de R$ 328 mil mensais, será coberta com recursos da prefeitura. Já a instalação de câmeras e montagem de equipamentos, avaliados inicialmente em cerca de R$ 3 milhões, poderão ser custeados pelo Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça.

De acordo com Nelson Bornier, a frota da cidade cresceu 80% em 10 anos, passando de 117.232 para 211.587 veículos. O número representa 23,32% do total de carros da Baixada Fluminense.

Ajuda, mas não resolve

No novo modelo de controle de tráfego de Nova Iguaçu, assim como no Rio de Janeiro, um centro de controle vai receber imagens da cidade e permitir a visualização e monitoramento delas 24 horas por dia num telão. Com isso, será possível acompanhar cada situação. O processo, alegam seus defensores, permitirá atuar, tomar decisões rapidamente e solucionar os problemas.

O professor de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Paulo Cezar Ribeiro avalia, no entanto, que o sistema permitirá avanços, mas não resolverá o problema. Para ele, os painéis vão ajudar os motoristas a escolher o melhor caminho, mas o que realmente fará diferença é a educação.

Ribeiro diz que existem três ‘Es’ que formam um tripé para que o trânsito flua bem: a engenharia, a educação e o esforço legal, que é a fiscalização e o patrulhamento. “É preciso fazer com que os motoristas obedeçam às regras de trânsito”, afirma o especialista da UFRJ.


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