Por bianca.lobianco

Rio - Alunos do campus da Universidade Federal Rural do Rio Janeiro em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ocupam há 10 dias a sala da diretoria do campus para protestar contra a falta de manutenção e de equipamentos na unidade, onde estudam cerca de três mil em dez cursos. Os estudantes alegam que os prédios estão abandonados, principalmente o da pós-graduação, cujas obras foram suspensas em 2010.

Segundo alunos, falta papel higiênico nos banheiros, as cisternas não são vedadas e transbordam e, nas escadas, os vidros de proteção foram retirados e, quando chove, a passagem fica escorregadia. “Ainda há rachaduras e o ar-condicionado das salas de aula sempre dá defeito”, comenta a estudante do sexto período de Economia Mirella Milward, de 23 anos, que argumenta que precisa levar papel higiênico de casa.

Cadeiras destruídas são armazenadas em salas de aula de prédio da pós-graduação%2C onde as obras de construção estão paradas desde 2010 Diego Valdevino / Agência O Dia

O diretor do campus, Alexandre Fortes, admite que houve problema de fornecimento de papel higiênico, mas diz que ele já foi superado. Ele contesta também as denúncias de abandono.
Fortes, que assumiu o cargo em junho, garante que obras estão sendo feitas quando necessárias. “Havia rachaduras, mas foram consertadas”, diz o diretor.

O professor acusa de violência os 30 alunos que se revezam diariamente na ocupação da sala da diretoria. Segundo ele, a vice-diretora Márcia Plestch foi expulsa. “Eles agiram de forma violenta”, afirma Alexandre Fortes.

Mas os estudantes têm outra versão e alegam que ocuparam a sala da diretoria também para lutar pelos direitos trabalhistas de terceirizados. “Quatro funcionárias da limpeza, de uma empresa que presta serviços à universidade, foram demitidas por reivindicarem regularização das passagens e depósito do FGTS”, alega Mirella.

Os estudantes pedem também transporte intercampi (Nova Iguaçu/Seropédica), regularização da bolsa permanência (que cobre passagem e alimentação) e retomada imediata das obras do prédio da pós-graduação.

Sobre as quatro empregadas da limpeza demitidas, Fortes argumenta que a Universidade Rural não foi responsável pela medida. “Foi uma decisão da empresa terceirizada”, diz o diretor.

Você pode gostar