Por marcelle.silva

Se a primeira impressão realmente for a que fica, vai ser difícil o Carnaval deste ano sair da memória dos componentes da escola de Samba Império da Uva. Logo em seu desfile de estreia na Intendente Magalhães, em Campinho, a agremiação iguaçuana faturou o título do Grupo E, que avalia as escolas para o ingresso no desfile do Carnaval carioca. Com a vaga garantida na Série D, a escola já escolheu o enredo para 2016: a Olimpíada do Rio de Janeiro.

Escola iguaçuana homenageou os trabalhadores Carlo Wrede / Agência O Dia

A Alegria de Vilar, de São João de Meriti, ficou em segundo lugar e também vai desfilar na Série D.A escola está em busca de um novo carnavalesco, já que, após a conquista, Sílvio César se transferiu para a escola vizinha, a Leão de Iguaçu, vencedora da Série C.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Jefinho e Fofinha, permanece na escola. “Foram sete meses de ensaios até conseguir nota máxima. No ano que vem, vamos continuar treinando forte para, quem sabe, sermos campeões novamente”, disse a porta-bandeira.

SAMBA NOTA 10
Outro que continua na Tricolor de Carmary é o intérprete oficial Antônio Nick. Ele contou que o samba — outro quesito que recebeu nota máxima — passou por uma seleção entre 14 composições. “Fizemos uma fusão com as duas melhores e deu certo. A comunidade abraçou e cantou com força. Foi maravilhoso”, recordou.

Neste ano, a escola homenageou os trabalhadores com o enredo ‘Sou trabalhador, sou guerreiro, minha alma é feita de sonhos’. Um dos pontos altos do desfile foi a comissão de frente formada por 12 operários guerreiros. A novidade ficou por conta do capacete de obras como um dos elementos das fantasias dos componentes, que representaram os soldados romanos.

A vaga para a Série D foi conquistada após 35 anos de história da Império da Uva. O início de tudo foi numa reunião de bar, quando um grupo de amigos decidiu criar o Bloco da Uva. Meses depois, eles fundaram oficialmente o bloco de enredo, com o nome de Império da Uva, numa homenagem ao Império Serrano, de Madureira.

Até o ano passado, a escola desfilava na Via Light, pelo Carnaval de Nova Iguaçu, onde já conquistou 10 títulos. Este ano, se apresentaria sem concorrer ao título na terça-feira de Carnaval, na Sapucalight, mas não foi possível devido ao acidente com um carro alegórico da Escola Palmeirinha que causou a morte de três empurradores.

Aulas grátis de dança e percussão

Para o presidente da Uva, Hernalton Rodrigues, o Portuga, o resultado é fruto do trabalho de formação realizado na quadra da escola. “Oferecemos aulas gratuitas de percussão e de dança para as crianças da comunidade. A ideia é prepará-las para integrarem, num futuro próximo, nossas alas de passistas e a bateria”, frisou.

Segundo ele, as 600 fantasias doadas à comunidade serão recicladas “Temos quatro artesãos que separam os materiais finos como plumas, pedras e armações, que voltam para os ateliês”, contou.

Alegria do Vilar fica em segundo e vai falar sobre a África

Escola de samba caçulinha da Baixada, a Alegria do Vilar, de São João de Meriti, criada no ano passado, também estreou bem no grupo de avaliação. A agremiação levou para a Intendente Magalhães a lenda indígena ‘Os quatro filhos de Numiá’, que conta a história de amor entre o sol e a lua.

A agremiação ficou em segundo lugar e também vai desfilar no ano que vem pela Série D. O enredo será sobre a influência da África na formação do brasileiro.

Alegria do Vilar também estreia na Série D no ano que vem. Escola contou a história de amor entre o sol e a luaEstefan Radovicz / Agência O Dia

No próximo domingo, haverá a festa da vitória, com feijoada de graça, no Espaço João Cândido, na Praça da Bandeira, em Vilar dos Teles. “Vamos agradecer à comunidade”, disse o presidente do conselho administrativo, Francisco de Freitas.

De acordo com o carnavalesco Walter Guilherme, os principais integrantes serão mantidos para o ano que vem, como o coreógrafo da comissão de frente, Lucas Maciel, que conseguiu nota máxima. “Até uma semana antes do Carnaval, não sabíamos se iríamos desfilar. Não havia dinheiro nem para pagar o ateliê. Foi tudo na raça e na garra”, comemorou o carnavalesco.

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