Por marcelle.bappersi

Rio - Quando Iguassú vira vila, em 15 de janeiro de 1833, ficou dividida em seis freguesias (mais tarde distritos): Jacutinga, Queimados, Iguassú, Meriti, Palmeiras e Pilar. Todas instalados em 27 de julho de 1833. Iguassú foi transformado em vila por sua importância estratégica. Vários povoados em pontos distantes, mas no território iguassuano, com equipamentos religiosos e população, mereceram passar a ser freguesias e distritos.

Santana das Palmeiras ficava às margens da Estrada do Comércio, no topo da serra. Era onde tropas e viajantes descansavam para seguir até a Vila de Iguassú ou em direção ao Vale do Rio Paraíba do Sul. Assim, fica como território de passagem para o café por boa parte do século 19.

Fazenda Santana das Palmeiras%3A progresso em 1888Divulgação

Majestosa no alto da serra e com clima ameno, era onde os senhores da corte, comerciantes e detentores das benesses do Império veraneavam. Era parada obrigatória para tropa de muares e tropeiros, que traziam grãos, gado e outras mercadorias do Alto Paraíba, com destino aos portos do Rio Iguassú, de onde seriam transferidas em embarcações para a Província do Rio de Janeiro.

Vinte anos depois da inauguração da Estrada de Ferro Pedro II (1858) — ligando o Rio de Janeiro a Belém (Japeri) — Santana das Palmeiras tinha um progresso substancial. No Almanak Laemert daquela época, observava-se o conjunto de atividades palmeirenses, com o nome de seus responsáveis: subdelegado, escrivão, juiz de paz, inspetores de quarteirão, guarda municipal, fiscal, magistério público, vigário e sacristão, agentes de correio, médicos, carpinteiros, pedreiros, calceteiros e ferreiros. A publicação cita ainda ranchos que recebiam tropeiros e proprietários.

Havia fazendas de aguardente, negócios nacionais e estrangeiros. Em seu território existiam muitas fazendas de café em diversas localidades. Nas proximidades da área urbana da sede da freguesia, duas povoações também cresciam: Sertão (Conrado) e Bom Fim (Arcádia), ambas no Vale do Rio Santana que, com o Ribeirão das Lajes, formam o Rio Guandu.

Hoje, a Igreja de Santana e o povoado estão em ruínas e protegida pela Reserva Biológica do Tinguá. A imagem de Santana e o sino foram transferidos para a Igreja de Conrado. Em 1889, a Câmara de Iguaçu insistia no fim da freguesia pela sua pouca população.

Com a proclamação da República, a Assembleia Estadual, pelo Decreto nº 1 e 1-A de 1892, transformam a área da antiga freguesia no distrito de Santana das Palmeiras, anexado à vila de Iguaçu. A divisão administrativa de 1911 ainda manteve um distrito denominado Santana das Palmeiras no município de Iguaçu, mas, em 1919, este passa a se denominar Santa Branca.

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