Rio - Belford Roxo, a Cidade do Amor, deixa a desejar em carinho com os pedestres e sinalização de trânsito. Em seus 79,791 quilômetros quadrados, há apenas 16 semáforos, segundo a prefeitura.
E as consequências são claras. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), do governo estadual, revelam que no primeiro semestre do ano houve 98 atropelamentos registrados na 54ª DP. Na Baixada, ficou atrás apenas dos 199 de São João de Meriti.
Além disso, sem sinalização, o trânsito é caótico, e carros formam filas do Centro à saída para a Rodovia Presidente Dutra pelo Posto Treze. E na Avenida José Mariano Passos, pedestres se arriscam entre os veículos para atravessar a rua. “Os motoristas não se respeitam, e nós, pedestres, temos que colocar a vida em risco”, desabafa a lojista Cátia Silene.
Ela atribui os problemas do trânsito na cidade à falta de sinais e de radares em diversos trechos, principalmente em cruzamentos. Cátia aponta ainda os guardas de trânsito como principais motivadores de engarrafamentos e acidentes na esquina da Avenida José Mariano Passos com a Avenida Benjamim Pinto Dias. “Sinto-me na Índia. Não tem jeito, com agente ou sem eles, os acidentes acontecem da mesma forma”, afirmou a comerciante.
Vladimtr de Souza, de 31 anos, explica que leva tanto tempo para atravessar a Rua Avenida José Mariano Passos que consegue verificar mensagens e postagens na internet. Na quarta-feira, ele demorou 10 minutos para chegar ao outro lado da rua.
O jeito é apelar para as redes sociais
Morador do Centro de Belford Roxo, Vladimir de Souza diz que o problema é frequente. “Não tem jeito, temos que esperar mesmo. Então, visito páginas nas redes sociais até o fluxo de carros diminuir e conseguir correr até o outro lado”, afirmou ele que quase foi atropelado duas vezes no local.
A Secretaria Municipal de Transporte de Belford Roxo promete contratar uma empresa especializada em sinalização, que irá elaborar também o plano de mobilidade urbana.
Reportagem de Marcelle Bappersi
