Por marcelle.abreu

Um arco e flecha na mão e um alvo à vista. Calma, não se trata de nenhum combate ou guerra da idade média, mas sim de um esporte olímpico, que mesmo ainda praticado de forma amadora, tem ganhado novos adeptos na Baixada, o Tiro com arco. Em Nova Iguaçu, o projeto ‘Bow (Arco em português) Arqueria’ — formado por 30 integrantes da região — proporciona treinamentos todas as manhãs de domingo, nas dependências da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, (UFRRJ), no Centro.

Arqueiros se reúnem em Nova Iguaçu Carlo Wrede / Agência O Dia

O projeto surgiu em maio do ano passado através de postagens de amigos nas redes sociais. Os treinos aconteciam na Escola Estadual Juarez Antunes, em Corumbá,há um ano foram transferidos para as instalações da UFRRJ. Os organizadores cobram apenas uma taxa simbólica de R$ 30 para a manutenção dos equipamentos, já que a atividade não recebe nenhuma ajuda do governo e nem da iniciativa privada. “Ensinamos todos os movimentos: a pegada no arco, postura do corpo, e a puxada e largada da flecha”, disse Wagner Costa Gomes, comerciante e professor de Arqueria.

Os anteparos improvisados — feitos com madeira, espuma e tatame — são colocados em distâncias de 5,10,18 e 30 metros. São dois tipos de pontuação: A de 1 a 10 pontos e o de 1 a 5. A modalidade mais praticada pelos participantes é a Outdoor (espaço aberto e plano). Os alvos ficam a 18 metros e os arqueiros realizam 12 séries de cinco disparos num total de 60 tiros. “Quanto mais perto da área central, maior será a pontuação. O X (centro do círculo) é o critério de desempate. É quando se acerta na mosca”, brinca Gomes.

Além da Arqueria tradicional, o grupo também treina a modalidade ‘Field Target’, também chamada de Animal Round —simulação de caça com silhuetas de animais impressas em papel—. No dia 13 de setembro, inclusive, o grupo ‘Bow Arqueria’, promoverá o primeiro torneio do gênero na Região Metropolitana do Rio. O evento será em Adrianópolis, em Nova Iguaçu.

Arqueria como esporte de inclusão

Oportunidade de lazer e revelar novos talentos. Por que não? Foi em uma escola pública de Maricá que o atleta Marcus Vinicius D' Almeida foi descoberto. Com apenas 17 anos, ele foi apontado pela Federação Internacional do Tiro com Arco como o segundo melhor arqueiro do mundo no ano passado e é uma das esperanças de medalha nos jogos do Rio. “Se não houver espaços para a prática esportiva, como surgirão novos talentos ?”, indagou Allofs.

Laila Silva é portadora de deficiência auditiva bilateral profundaCarlo Wrede / Agência O Dia

A cada flechada certeira, a jovem Laila Moura da Silva, de 13 anos, dá exemplo que o esporte também é sinônimo de inclusão. “Foco no alvo para acertar . Desde muito criança aprendi a admirar o esporte pela TV. Quem sabe não posso me profissionalizar um dia”, almeja.


Regras Olímpicas Infografia O Dia

Animal round : animais desenhados

O circuito de Animal Round terá 28 alvos, distribuídos em uma área de 1,2 mil metros quadrados. “O animal tem uma linha externa em sua área de vitalidade. Ganha ponto quem acertar a área de ferimento. Quanto mais perto dos órgãos vitais, maior é a pontuação”, explica o professor de História e responsável pelo projeto, Allofs Daniel Batista, que já conquistou o título estadual da modalidade — categoria iniciante— no ano passado, em Vassouras, no Sul Fluminense.

A competição será uma etapa do campeonato brasileiro de Tiro com Arco. Além de atletas profissionais, podem participar qualquer pessoa acima dos 12 anos. As inscrições estão abertas e custam R$ 50. Informações: 98177-9304.


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