Por marcelle.abreu
Torre Sineira onde posseiro se instalou%2C na Vila de IguassúDivulgação

Esta coluna tem como objetivo divulgar a história da Baixada Fluminense e criar a consciência da importância da preservação de seu patrimônio histórico material e imaterial. E espera-se que os milhões de indivíduos que aqui residem venham a desenvolver o sentido de pertencimento à região onde mora.

Esta semana, uma denúncia na rede social Facebook feita pelo eminente historiador Antônio Lacerda de Menezes, diretor do Arquivo da Cúria Diocesana da Cidade de Nova Iguaçu. Menezes diz “que um indivíduo, não iguaçuano está tomando posse e cercando extensas áreas onde estão localizados patrimônios importantes da antiga Vila de Iguassú, citando especificamente a Torre Sineira da Igreja Nossa Senhora da Piedade de Iguassú, já estando o sítio arqueológico todo cercado”.

Sobre a invasão, chamou-me a atenção o comentário feito no Facebook por um cidadão que se apresenta com o cognome de Pinheiro Brilhante e diz: “Impossível curtir a invasão do patrimônio histórico da Baixada.

A Baixada Fluminense só tem de rico seu patrimônio histórico e ambiental. É necessário divulgar e estudar essas riquezas. Levando a população ao passado e o que ficou, construiremos cidadãos mais afetos ao bairro, à cidade, à região e assim por diante. Importa frisar que nem só de mazelas a Baixada vive. A Baixada tem história e riqueza. É imoral negar o conhecimento disso às antigas e novas gerações”.

Em 15 de junho de 2014, no artigo intitulado “por uma política de preservação”, eu afirmava no último parágrafo que em fatos como este denunciado por Antônio Lacerda “há sempre muita falação e pouco resultado, um desconhecimento de como agir, cumplicidade com políticas de favorecimento em detrimento à cidade, falta de ordenamento do solo urbano e de leis de preservação e tombamento. Os legislativos municipais são omissos”. O Ministério Público com ação no município tem o dever de intervir juntamente com o Executivo Municipal e promover a desocupação do território invadido.

Nesta página, aos domingos, já fiz até agora 11 artigos denunciando patrimônios abandonados, alguns inclusive já “derrubados” em vez de tombados. Passei por todos os municípios e tenho denunciado não apenas os bens edificados, e também comunico ao patrimônio onde estão os arquivos de memória e fontes documentais. Além da cobrança endereçada aos agentes públicos, a população local tem que agir.
A Igreja Matriz na Vila de Iguassú sempre foi um ponto de encontro, de fé e de negócios. Com a crise que se abateu sobre a Vilam os seus detentores articularam o seu fim, seu abandono era parte de uma trama para desarticular a Vila como local de moradia e continuidade religiosa. 

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