Por adriano.araujo

Rio - O Rio de Janeiro já desponta como segundo maior polo de produção e consumo de flores no país, atrás apenas de São Paulo. Números do último levantamento do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) revelam o incremento e a profissionalização da floricultura no estado. No ano passado, o setor movimentou R$ 576 milhões, 23% a mais do que em 2012, quando chegou a R$ 470 milhões. Para 2014, o crescimento médio previsto é de 8% a 10% em todo o país.

A novidade é a expansão do plantio para regiões menos tradicionais para o cultivo, como o Sul, o Norte e o Noroeste Fluminense. Dados divulgados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater-Rio) revelaram que o número de produtores de flores cresceu 49% nos últimos cinco anos, passando de 686 para 1.020, com a geração de 17,6 mil empregos da produção à comercialização, passando pelos serviços.

Apesar do avanço em diversas regiões do estado%2C Região Serrana%2C com destaque para Nova Friburgo%2C continua na liderança da produção Divulgação

Atualmente, 52 dos 92 municípios do estado participam da cadeia produtiva da floricultura, com destaque para as regiões Serrana e Metropolitana. A recente expansão para o interior tem sido bem-sucedida com a produção das espécies tropicais. No Noroeste, as condições climáticas favoreceram o cultivo de orquídeas, plantas ornamentais e flores tropicais. Antes, apenas quatro produtores de Santo Antônio de Pádua e Varre-Sai se dedicavam à floricultura. Hoje este número saltou para 17, distribuídos também nos municípios de Bom Jesus do Itabapoana, Miracema, Itaperuna e Porciúncula.

Apesar da descentralização, a Região Serrana se mantém como a maior produtora de flores do estado, sendo Nova Friburgo a líder na produção de flor de corte, seguida por Rio, Petrópolis e Bom Jardim.

“Na Região Metropolitana, com destaque para o Rio de Janeiro e Itaboraí, o número de produtores passou de 140 para 359. Esses municípios respondem por 80% das plantas ornamentais cultivadas no estado”, explicou Nazaré Dias, coordenadora do programa Florescer, da Secretaria de Agricultura do estado. Segundo ela, além das novas tecnologias, os incentivos de crédito, capacitação e tributação do governo estadual ajudaram a atrair novos empreendedores, elevando a área de produção em 35%, de 700 para 950 hectares.

A floricultura fluminense de clima temperado responde por 60% da demanda estadual. A tendência, segundo os especialistas, é de crescimento. Há sete anos essa oferta ficava na casa dos 18%, sendo o mercado do Rio abastecido e liderado por flores de estados como Minas Gerais, São Paulo e até mesmo Manaus.

Melhorar a qualidade é um desafio

Carlos Alberto da Silveira é um exemplo de que a tecnologia faz toda a diferença no sistema de produção. Em seu sítio na localidade de Stucky, em Nova Friburgo, tornou-se diferencial no seu produto. “O último verão foi muito seco e tivemos que usar equipamentos que reduzissem o consumo de água. A expectativa é de que no inverno seja melhor, mas caso haja uma nova seca estaremos preparados”, disse o produtor, que implementou o sistema de irrigação por gotejamento.

Para o secretário estadual de Agricultura, Alberto Mofati, as conquistas ainda estão aquém das metas do Florescer. “Acreditamos no potencial de nossos produtores e na força do mercado consumidor. Vamos intensificar as ações junto às zonas produtoras, para melhorar cada vez mais a qualidade do produto fluminense.”

A redação-móvel do DIA circula pelo Estado do Rio em um Fiorino da Fiat.

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