Por bianca.lobianco

Rio - Já imaginou um passeio incrível por águas cristalinas em companhia de botos-cinza? Esta viagem acontece todo sábado e domingo em Mangaratiba, na Costa Verde. Lançado no último fim de semana pelo Instituto Boto Cinza (IBC), o projeto ‘De Olho no Boto’ prevê movimentar a economia da cidade e beneficiar dezenas de famílias de pescadores com o turismo de observação da espécie.

Cidade com maior concentração do animal das Américas, Mangaratiba oferece grandes espetáculos — são cerca de 1.800 animais nadando pelas águas do município. Na última sexta-feira, quatro pescadores capacitados no Projeto ‘Abrace o Boto Cinza’ receberam carteiras e licenças para explorar a atividade. Cada um se tornou o ‘Condutor Amigo do Boto’. Outros 30 pescadores artesanais já passaram pela capacitação e aguardam suas licenças.

De Olho no Boto%3A turismo de observação pretende movimentar economia da cidade nos finais de semanaDivulgação

A iniciativa, com apoio da Petrobras, garante aos pescadores fontes alternativas de renda no turismo e no artesanato. O pescador Renan da Cruz, de 23 anos, disse que está sendo uma grande experiência. “Eu me orgulho em participar desse projeto. Antigamente, a pesca era boa, mas com o passar do tempo foi ficando ruim, e sempre por acidente a gente pegava um boto. Estou gostando muito do projeto, preservando a natureza e aprendendo.”

“Esse turismo de observação só vem a agregar, pois a pesca predatória fez com que muitos botos morressem. Assim, eles passam a contar com uma segunda renda. A pesca continua, mas será fiscalizada respeitando a área de proteção”, destacou a secretária de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca, Natacha Kede.

Patrimônio natural

O boto-cinza se tornou patrimônio natural de Mangaratiba em 2012 e passou a ser alvo de iniciativas por parte da Secretaria de Meio Ambiente. Entre elas, estão ações de educação ambiental e a criação e implantação da Área de Proteção Ambiental (APA Boto-cinza), que compreende desde a Restinga da Marambaia até as proximidades da Ilha Guaíba, com cerca de 24 mil hectares.

Os passeios ocorrem com agendamento prévio, por telefone ou via internet. As saídas acontecem nos finais de semana, das 8h30 às 12h30, no Cais de Itacuruçá. O passeio tem duração 20 minutos e custa R$ 40 por pessoa para observação dos botos, conforme tempo máximo estabelecido por lei.

Seguindo as regras, somente duas embarcações poderão se aproximar do grupo observado por vez. Na última sexta, 52 alunos e profissionais de Educação da rede pública de ensino participaram do passeio, onde avistaram dezenas de botos, concentrados entre a Restinga da Marambaia e a Ilha de Jaguanum.

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