Por adriano.araujo

Rio - Tinha um poste. No meio do caminho tinha um poste. Ou melhor, vários. Parafraseando Carlos Drummond de Andrade, no poema ‘No Meio do Caminho’, a polêmica instalação de 17 postes em plena pista, que tem causado riscos a pedestres e motoristas em Maricá, pode parar na Justiça. A prefeitura ameaça entrar com ação contra a Ampla, caso a concessionária não retire as estruturas irregulares — 14 delas na Estrada Beira de Lagoa, em Guaratiba, e as demais nos bairros Cordeirinho, Araçatiba e Mumbuca.

No fim do mês passado, técnicos da Ampla analisaram as estruturas, que estão fora do alinhamento previsto nas plantas oficiais, dentro do leito de ruas recém-urbanizadas. Em agosto, um pastor não viu que um dos postes estava desalinhado, bateu com seu veículo e o derrubou. Ele foi levado ao hospital, mas nada sofreu.

Somente na Estrada Beira de Lagoa estão 14 dos 17 postes desalinhados. Prefeitura deu prazo até dia 30 para a concessionária fazer a retiradaDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

“Estamos colocando nossas vidas em risco. Passo todos os dias com a minha moto por aqui para ir ao meu trabalho. Tenho que redobrar a minha atenção porque posso bater de frente e me machucar”, disse o comerciante Cristiano de Souza, de 32 anos, que mora próximo da Estrada Beira de Lagoa.

O prefeito Washington Quaquá (PT) afirmou que os postes foram instalados sem estudo apropriado. Quaquá disse que a Ampla cobra da prefeitura R$ 8 mil para a retirada de cada poste, o que, segundo ele, é de responsabilidade da concessionária. “A remoção tem que acontecer o mais rápido possível para que a população não saia prejudicada. Isso é um absurdo. Se esse imbróglio durar mais tempo, outros acidentes vão acontecer”, alertou.

Em nota, a prefeitura informou que vai aguardar até o dia 30 para que a Ampla retire um poste desalinhado na esquina da Estrada Beira de Lagoa com a Rua 34. Também por meio de nota a Ampla informou que já começou a retirada de alguns postes da Rua dos Avinhados e da Estrada Beira de Lagoa e está alinhando detalhes operacionais e comerciais com a prefeitura para que o problema seja solucionado.

“O que não pode é esses postes continuarem no caminho dos carros, no meio da rua como estão. Tem que retirar isso daqui o mais rápido possível. Um vacilo que eu dê, já era. Faço sempre esse trajeto e tenho medo de algum dia acontecer um acidente comigo”, ressaltou o construtor Walter Rodrigues, 56 anos.

Reportagem de Eduardo Ferreira

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