Por thiago.antunes

Rio - A Praia da Tartaruga, em Rio das Ostras, vai receber uma marina para atividades de lazer, esportes e turismo. O projeto, que está em fase de elaboração, será apresentado a possíveis investidores do setor na Rio Oil & Gas, a principal feira de negócios de petróleo e gás do país, aberta ontem no Riocentro. No ano passado, a prefeitura iniciou estudos para o projeto. Para viabilizá-lo, saiu em busca de apoio de empresas especializadas e do governo do estado.

“O Brasil investe pouco no turismo náutico e nos esportes a vela. No mundo inteiro, diversas cidades se desenvolvem a partir desta atividade.Com interesse da iniciativa privada, a prefeitura fará o projeto e buscará reduzir os impostos junto ao governo estadual”, disse o prefeito Alcebíades Sabino (PSC). No estado, a atividade é mais concentrada na capital e nas cidades de Angra dos Reis, Araruama, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Mangaratiba e Paraty. No país, os principais centros da indústria náutica ficam em Santos (SP) e no litoral de Santa Catarina.

A Praia da Tartaruga é o ponto escolhido para receber novo empreendimento em Rio das Ostras. Prefeitura busca parceiros na iniciativa privadaDivulgação

“Existe um espaço enorme para se investir nisso. No Rio, a Marina da Glória não conseguiu ampliação para os Jogos Olímpicos”, lembra o prefeito. Apesar de não detalhar o projeto, o prefeito descarta a utilização da marina para operações de reparo e manutenção de embarcações, já que, segundo ele, um projeto prevendo estas atividades será erguido entre Campos e Quissamã, no Canal das Flechas, dentro do Complexo Logístico e Industrial Farol/Barra do Furado.

“A construção de novas marinas é necessária e fundamental para o desenvolvimento da indústria náutica no estado. Para construir barco, tem que ter onde guardar”, disse Eduardo Coluna, presidente da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar). Dados da entidade indicam que o Rio concentra 24,2% da infraestrutura náutica nacional. O estado tem ainda o maior percentual de vagas molhadas (espaços destinados a barcos na água, em marinas), com 35,7%, seguido por São Paulo (17,1%), Bahia (16%) e Santa Catarina (11,4%).

Para o assessor de projetos especiais da Diretoria de Relações com o Mercado da Firjan, Alexandre Gurgel, o momento para o novo investimento é mais que oportuno. “É bem-vindo, pois em 2016 teremos na Baía de Guanabara as embarcações mais famosas do mundo para esportes olímpicos náuticos”. Segundo ele, a indústria náutica é importante para a economia, pois gera oito empregos diretos por embarcação. “Qualquer investimento deve ter atenção à legislação do setor, que começa no município, vai para órgãos ambientais e de regulação da navegação”, alertou.

Incentivo amplia indústria náutica

A indústria náutica vem crescendo de forma consistente nos últimos seis anos no Rio, desde o decreto do governo estadual que reduz de 25% para 7% o ICMS para a fabricação de embarcações de lazer. “O Programa Pró-Náutica, lançado pelo estado em 2008, abriu um novo ciclo para o setor no Rio, que estava decadente desde a década de 1980”, disse Alexandre Gurgel, da Firjan.

O incentivo atraiu marcas importantes mundialmente, como a Benetti e a Intermarine, duas grandes indústrias instaladas em Angra. O ciclo da indústria náutica foi forte no estado até a crise internacional do petróleo, e se concentrava no Mercado São Sebastião, na Penha. Hoje, o Sul Fluminense é seu ancoradouro natural, especialmente em Angra, Mangaratiba e Paraty, que possuem marinas, rampas e piers de acesso náutico.

Gurgel explica que o que caracteriza uma marina é a retroárea que possui para a atracação de barcos. As pequenas marinas fazem a guarda e a limpeza de embarcações; marinas de porte médio incluem manutenção dos barcos e as grandes possuem equipamentos para retirar embarcações de várias toneladas das águas.

Angra abre mais um complexo

Angra dos Reis acaba de receber um novo complexo náutico do grupo BR Marinas, que já possui outros três empreendimentos na cidade. A Marina da Ribeira contará com lojas de conveniência e abastecimento para as embarcações, hotéis, pousadas, restaurantes, supermercados, oficinas de manutenção, salão de beleza e condomínios. De acordo com a prefeitura, o empreendimento representa uma valorização dos imóveis no entorno em 15%, além de novos 125 postos de trabalho no bairro de mesmo nome.

Localizado em ponto estratégico da Baía da Ribeira, próxima à Rodovia Rio-Santos, entre as marinas de Bracuhy e Piratas, o novo polo náutico fica a menos de cinco minutos do Aeroporto de Angra. A nova marina oferece 128 vagas secas e 40 vagas molhadas para embarcações de até 90 pés. O sistema de vagas secas será o mesmo utilizado nas marinas Piratas, Verolme e Bracuhy, onde as embarcações ficam guardadas em uma espécie de “prateleira gigante”, que acomoda barcos de diferentes tamanhos. O usuário poderá retirar e colocar os barcos na água em até 10 minutos.

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