Por vinicius.amparo

Maricá (RJ) - As obras de construção do emissário de efluentes químicos do Complexo Petroquímico da Petrobras (Comperj) em Maricá, na Região Metropolitana, foram paralisadas pela prefeitura da cidade nesta sexta-feira (27), após denúncia de moradores.

Equipes da Secretaria Municipal Adjunta de Ambiente descobriram na Estrada de Cassorotiba, em Inoã, uma perfuração para colocação de dutos, chamada tecnicamente de “furo direcional do emissário”, por onde vinham sendo perdidos, há pelo menos quatro meses, 30 mil litros de água por hora. A estimativa da Prefeitura é que 86,4 milhões de litros, um volume capaz de encher em torno de 1.500 caminhões pipa, tenham jorrado nos últimos quatro meses.

Segundo a secretaria, a construtora Drilltec, encarregada da obra do emissário, está lançando o líquido, que apresenta uma coloração branca e sem a análise necessária e exigida por lei, dentro de uma propriedade particular, fora da faixa do Comperj.

Aproximadamente 86%2C4 milhões de litros foram desperdiçados durante quatro mesesFernando Silva/Divulgação

A notificação nº 05/2015, baseada na Lei Municipal nº 2380/2011, foi entregue pelo secretário Guilherme Mota na manhã de sexta-feira, na base da estatal, em Itaboraí, e à tarde as atividades foram paralisadas por tempo indeterminado.

“A empresa contratada pela Petrobras não soube informar a procedência da água. As máquinas usadas para perfuração podem ter atingindo um bolsão de água, mas somente uma análise técnica pode confirmar isso”, declarou Guilherme.

O secretário disse ainda que moradores denunciaram o tráfego intenso de caminhões pipa nos últimos quatro meses pela área. “Na vistoria realizada pela manhã encontramos esse volume de água jorrando pelo terreno e os operários usam uma mangueira de cerca de 100 metros para bombear esse recurso hídrico numa propriedade vizinha, fora da faixa do Comperj”, completou.

Quatro piscinas também foram encontradas. Elas seriam utilizadas para depósito de lamaFernando Silva/Divulgação

No local também existem quatro enormes piscinas, que, segundo o secretário, são usadas para depositar lama de bentonita (argila) para sondagem geológica.

Em nota, a Petrobras informou ter solicitado à empresa contratada "a análise da água, bem como seu monitoramento e tratamento, caso necessário". De acordo com a estatal, a companhia irá tomar as medidas necessárias para normalização da obra e prestará esclarecimentos.

Na nota, a Petrobras também diz ainda ter acordado em contrato com a empresa o cumprimento de premissas ambientais previstas na licença emitida pelo Inea. 

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