Por nicolas.satriano

Rio - Ao sair de reunião para discutir a crise financeira com os prefeitos do Conleste, consórcio dos 15 municípios do entorno do Comperj, na tarde desta segunda-feira, no Palácio da Guanabara, o governador Luiz Fernando Pezão foi otimista ao comentar sobre a volta das obras no complexo petroquímico. “Daqui a vinte dias teremos boas notícias e acho que nos próximos trinta dias a Petrobras retoma as obras no Comperj. É o que eu espero”.

Pezão disse que tem conversado frequentemente com a presidenta Dilma Rousseff e com o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, a respeito da dificuldade dos municípios. Afirmou que o estado está fazendo diversas ações para diminuir o impacto do desemprego nessas cidades, além de um grande esforço para colaborar com as prefeituras na fiscalização.

Pezão disse que paralisação das obras prejudica a economia do estadoCarlos Magno / Divulgação

O governador afirmou que tem sido parceiro dos municípios, ajudando com o que pode, especialmente na questão do aumento da arrecadação. Ele enfatizou o fato de que a única atividade que ainda não está ajustada é a petroleira. De acordo com o governador, não é só Itaboraí, onde ficam as obras do Comperj, que tem sofrido com o desemprego, mas todo o estado. “Estamos fazendo diversas ações para diminuir esse impacto. Já fomos claros com a presidenta Dilma e com a diretoria da Petrobras que é essencial que a obra do Comperj retorne. É importantíssimo para a nossa receita.”

Durante a reunião, um outro pedido chamou a atenção do governador: um empréstimo no valor de R$ 7 milhões para a instalação de um software que vai fiscalizar a questão do ISS (Imposto sobre Serviços) no setor bancário e aumentar a arrecadação nos municípios.

Conforme explicou o prefeito de Itaboraí, Helil Cardoso, presidente do Conleste, o software atenderá aos 15 municípios que fazem parte do consórcio e poderá ser colocado em funcionamento tão logo o governo libere o dinheiro. “Em Itaboraí, a arrecadação do ISS passaria de R$ 60 mil para R$ 700 mil por mês. Hoje não temos como fiscalizar o sistema bancário. Os bancos nos apresentam uma conta e somos obrigados a aceitar. O governador foi receptivo e ficou de nos dar uma resposta em uma semana.”

Mudança em serviço de água e esgoto

O estado e a Prefeitura do Rio querem transferir parte dos serviços prestados pela Cedae para uma parceria do setor público com o privado, a chamada PPP. Na capital, a mudança deve atingir Jacarepaguá e vizinhanças. A ideia é levar esse modelo de contrato para municípios da Baixada Fluminense e Região Metropolitana, como Itaboraí e São Gonçalo.

Para o governador, a PPP vai permitir que “compromissos de longo prazo sejam entregues, independentemente da mudança de governos”. Pezão usou, ainda, como defesa o fato de que haverá agilidade para a melhoria dos serviços. “As obras de saneamento são fundamentais para o processo de despoluição da Baía de Guanabara”, justificou ele, que estuda levar PPP para os setores de mobilidade urbana e tecnologia. Estão na lista o projeto de extensão da Linha 2 do metrô, ligando o Estácio à Praça 15, e a ligação expressa de Niterói a São Gonçalo.

Nesta segunda-feira, Pezão assinou o processo de revitalização do Edifício Lúcio Costa, o Banerjão, no Centro. A Caixa terá prazo de seis meses para constituir um fundo imobiliário e captar recursos junto a investidores para a reforma do prédio, estimada entre R$ 180 milhões e R$ 250 milhões.

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