Rio - Entra em operação esta semana a planta fotovoltaica do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ), no Maracanã. Mais do que gerar energia limpa e renovável, a mini-usina, com potência de 6 quilowatts-pico (kWp), será fundamental para capacitar professores ao ensino da energia solar fotovoltaica e, sobretudo, formar técnicos que sejam habilitados a instalar plantas similares.
Com investimentos de R$ 80 mil, a planta integra a carteira de projetos do Programa Rio Capital da Energia, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio de Janeiro (Sedeis). O projeto também recebeu apoio da agência alemã de fomento Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) e da Light Esco. As instalações ficaram a cargo da empresa Eudora Solar.
Em julho, conta o professor Mamour Sop Ndiaye, do Cefet/RJ, que coordena o projeto, a mini-usina – capaz de atender o consumo elétrico médio de três famílias – será utilizada em uma nova etapa do curso de capacitação de professores do Cefet e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ). No primeiro encontro, realizado em abril, houve o primeiro contato dos profissionais com os conceitos de energia fotovoltaica. Agora, será a primeira oportunidade de associar teoria e prática.
Paralelamente, também foi dada a partida na formação dos primeiros profissionais de nível técnico em energia fotovoltaica. De acordo com Ndiaye, o primeiro grupo de alunos especialistas na tecnologia deverá estar completamente formado no segundo semestre de 2016. “Se você quiser instalar energia solar, inevitavelmente você tem de passar pelo nível médio. Um dos maiores problemas atualmente na instalação de painéis fotovoltaicos, tanto no Rio quanto no Brasil, é a falta de técnicos habilitados nessas instalações”, explicou o professor.
Para a coordenadora do Rio Capital da Energia, Maria Paula Martins, a experiência no Cefet/RJ é mais um importante passo para a consolidação da energia solar no estado. “O momento é bastante propício. A energia solar se transformou em uma excelente oportunidade, devido ao aumento crescente do custo da energia elétrica e do barateamento dos equipamentos fotovoltaicos. Vamos precisar de mão de obra habilitada para implantar esses projetos. Por isso, a capacitação e a formação profissional têm uma tremenda importância”, reforça Maria Paula.
O Cefet/RJ teria uma vantagem sobre outras instituições no que diz respeito à formação profissional, frisa o professor Ndiaye. “A energia solar é um mercado que precisa de pessoas trabalhando em todos os níveis, e no Cefet temos estudantes de nível técnico, de graduação e de pós-graduação. A ideia é aproveitar isso, que é um ponto vantajoso para nós. Pensamos sempre nas três esferas de ensino”, explica ele.
Com a mini-usina instalada, o centro agora se prepara para produzir seu próprio painel fotovoltaico, em vez de adquiri-lo pronto. O novo projeto, conta Ndiaye, envolve a instalação de uma outra planta fotovoltaica, de 1 kWp, cuja energia gerada vai ser usada para iluminar o pátio da escola.