Ruy Chaves, colunista do DIA - Divulgação
Ruy Chaves, colunista do DIADivulgação
Por Ruy Chaves

Quero que o futuro presidente do Brasil repita a mensagem do presidente do México recentemente eleito, antecipando filosofia de governo: "Não será mais do mesmo. Nada de politicagem, nada de política nos velhos moldes da política tradicional. As pessoas não querem políticos corruptos, prepotentes, fantoches, falsos e mentirosos".

Para corrigir seu país há tantos anos fora da rota do desenvolvimento, sob situação econômica e social sempre em crise, López Obrador anunciou corajosas ações de combate à corrupção e de garantia de austeridade de gestão, com foco na reforma do Estado, na redução de gastos e de cargos públicos, com corte de salários e supressão de vantagens não republicanas. Cada ministro terá apenas cinco assessores, serão suspensas consultorias e drasticamente limitados gastos extras e viagens de servidores, entre 50 medidas já anunciadas.

Que Obrador cumpra suas promessas de campanha e mantenha o México nos caminhos da razão, acima de paixões e de interesses menores, e repita a bem-sucedida experiência da Irlanda que, em 2011, elegeu seu presidente com apoio de dois terços do parlamento e adotou severas medidas de austeridade, incluindo corte de salários e redução de servidores públicos. Em consequência, a Irlanda terá pelo quinto ano seguido o maior crescimento da zona do euro, reduzindo a taxa de desemprego de 15% para 5% no período. Por caminhos próximos, Portugal rompe com o atraso e retoma seu desenvolvimento.

O Brasil? Continua em cambalhotas, como jogador fingindo contusões. Políticos cambalhoteiros dividem o bilionário fundo partidário, dinheiro imprescindível à educação e à saúde, e negociam sua perpetuação no poder em acordos sombrios sem base ideológica, compromisso zero com a nação e o bem comum. Em suas cambalhotas, candidatos à presidência não têm coragem de dizer como fazer a gestão do Estado paquidérmico, corrupto e incompetente; como extinguir privilégios de boa parte do serviço público; como combater a criminalidade dos engravatados e dos descamisados; como reduzir o déficit público, especialmente da previdência; como dotar o Brasil de infraestrutura, de tecnologia e de educação transformadora que garantam a nossa inserção entre as nações desenvolvidas, com paz e justiça social. Candidato, que Brasil você entregará no futuro? Panta rei.

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