Júlio Furtado, colunista do DIA - Divulgação
Júlio Furtado, colunista do DIADivulgação
Por O Dia

Rio - Frequentemente tomamos conhecimento através das mídias de casos de violência escolar, como o caso do professor Thiago, que nos deixam perplexos e colaboram para que desenvolvamos um olhar pessimista e um prognóstico desastroso com relação à efetividade da escola, que por sua vez, precisa urgentemente colocar o tema em sua agenda.

Embora não exista um acordo entre os pesquisadores da área, podemos definir violência escolar como qualquer ato agressivo envolvendo alunos, professores, funcionários da escola, pais e comunidade na forma de agressão física ou psicológica que ocorra na escola ou em seu entorno. É urgente, porém, que especifiquemos pelo menos 3 tipos de violência que ocorrem na escola. A primeira é a violência externa que invade a escola. Nesse caso a escola se coloca como vítima da violência social e a ação preventiva exige a participação de forças externas, em especial a força policial. Esse tipo de violência, embora seja divulgado com mais frequência em escolas públicas, não é raro em escolas privadas.

O segundo tipo é a violência refletida, caracterizada pela reprodução de atitudes e modelos presentes no contexto social. Nesse caso, a reflexão sobre essas atitudes e modelos através de projetos e atividades específicas é a ação mais coerente a ser adotada.

O terceiro tipo pode ser chamado de violência intraescolar que é gerada no interior da escola. Estamos falando de comportamentos violentos que ocorrem como resposta, consciente ou não, a alguma atitude, relação, clima ou critério presentes na escola. O antídoto dessa violência exige autoavaliação e auto enfrentamento da escola e de seus atores a respeito de suas crenças, valores e atitudes. Um dos principais processos a ser repensado na escola é a ação metodológica do professor.

Há evidências claras de que uma ação docente eficaz através de metodologias ativas contribui muito para a minimizar e reduzir a violência escolar. Quando essa ação didática vem acompanhada de um processo de apropriação afetiva da escola por parte dos alunos, o resultado é surpreendentemente positivo. Diversas experiências comprovam que quanto mais o aluno gosta da escola e percebe as atividades escolares como parte de seus interesses, mais ele a defende e cuida dela como de tudo aquilo de que se apropria afetivamente.

Júlio Furtado é professor e escritor

Você pode gostar
Comentários