Renata Bento - Divulgação
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Por O Dia

Rio - A Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu na Classificação de Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID11) os transtornos causados pelos jogos eletrônicos, entre eles a adicção - qualquer dependência psicológica ou compulsão por jogos, comida, computadores, internet, vídeo games, drogas.

A questão aqui não é exatamente tratar o tema como uma patologia, mas buscar compreender e alertar que o uso excessivo de tecnologia pode causar prejuízos às crianças e aos adolescentes, principalmente em uma etapa da vida em que se necessita tanto de estabilidade emocional, de orientação e supervisão familiar.

Em tempos idos, as crianças brincavam em casa e se divertiam com situações corriqueiras genuinamente criadas junto à vizinhança ou entre irmãos. Quem nunca recebeu ou passou um trote?

Hoje, com o advento da internet, as crianças gozam umas às outras a partir da visualização e imitação de vídeos, majoritariamente fabricados no Youtube e direcionados justamente a essa geração.

A tecnologia tornou-se parte integrante do mundo atual, e do universo das crianças. Hoje, dificilmente uma criança pequena não tem acesso à mídia digital. Elas já nascem mergulhadas no tempo real, imersas em um mundo extremamente volátil, colorido e movimentado. As crianças se interessam não só pelos jogos em si, mas pelo apelo visual, seu fácil acesso, sons, rapidez e desafio.

Um dos perigos da conexão ilimitada de tempo e conteúdo - e sem supervisão - de crianças e adolescentes é se acreditar que estão seguros e protegidos na rede pelo fato de estarem em casa. A Internet é uma estrada que conecta a mundos sem limite. E justamente por isso, cabe aos pais estarem atentos aos conteúdos que as crianças acessam, bem como ao tempo dispensado à tela. Criança precisa de limite e supervisão, do desenvolvimento de habilidades sociais, precisa brincar, pintar, montar, desenhar e não passar longo tempo conectado a uma tela.

Aos pais e criadores, alguns cuidados devem ser tomados: atenção à segurança do conteúdo acessado, ao tempo dispendido nos aparelhos eletrônicos em detrimento de outras tarefas, por exemplo. Se a criança ou adolescente está conectada em demasia, e isso passou a ser sua principal função, é sinal de alerta máximo. Nesse caso, é preciso que a família reavalie o modo de utilização da Internet e retome seu papel de proteção da infância.

Desse modo, a tecnologia poderá ser encarada como uma ferramenta positiva e não como algo que irá trazer prejuízo.

Renata Bento é psicóloga

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