OPINA26DEZ - ARTE O DIA
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Por Gustavo Schmidt*

Rio - A mobilidade urbana já é um caos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Os 3 milhões de cidadãos que circulam por seus 21 municípios enfrentam, em média, 141 minutos no trânsito no deslocamento casa-trabalho-casa, em engarrafamentos que somam 115 quilômetros todos os dias. Essa equação gera um prejuízo de R$ 30,5 bilhões à produtividade do Estado, graças, principalmente, à concentração de empregos e moradias em localidades diferentes e à precariedade do transporte de massa, focado no modal rodoviário.

Os números são de estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em 2016. E a solução para esse caos, apontada pelo próprio estudo e também em nosso entendimento, está na Baía de Guanabara. Novas linhas hidroviárias apresentam capacidade de absorção dessa demanda, que os sistemas rodoviário e metro-ferroviário não conseguem atender.

As ligações entre os municípios de Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo têm potencial para realizar 83.400 viagens/dia, o equivalente à circulação de 30.900 veículos e consequente redução dos congestionamentos em até 25,8 Km/dia. O impacto positivo na produtividade seria de R$ 4 bilhões anuais. Só o trecho Praça XV - São Gonçalo é responsável por 53.200 viagens/dia. Este dado torna irrefutável a necessidade mais do que urgente dessa linha, prevista no contrato original de concessão de serviços públicos de transporte aquaviário. Hoje, 20 anos depois, os moradores de São Gonçalo enfrentam 5 horas diárias no trajeto de casa para o trabalho, e vice-versa.

O que mais preocupa é que o atual edital de licitação, suspenso por tempo indeterminado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), também não prevê a obrigatoriedade da linha Praça XV - São Gonçalo, apenas concede prazo de um ano para apresentação de estudo de viabilidade econômico, financeira e técnica. A verdade é que não há qualquer garantia para sua criação. Outra grande preocupação é o oferecimento da concessão para uma única empresa, em regime de exclusividade, mantendo o estado refém de uma única concessionária, o que pressupõe serviços ruins. Não custa nos lembrarmos da excelência que já foi, um dia, a ligação Praça XV, Niterói e Paquetá via aerobarcos.

Temos, agora, a grande oportunidade de reverter esse quadro com a nova licitação que se desenha. Devemos nos manter atentos para a proposta que será apresentada e prontos para fazer dessa oportunidade a grande ferramenta para corrigirmos os inúmeros equívocos cometidos, há muito, com o transporte hidroviário em nosso Estado.

(* Deputado estadual eleito PSL/RJ)

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