Por O Dia

Rio - Os governos deveriam pensar em projetos de estímulo a novos empreendimentos nas cidades médias dos estados, com amplo apoio federal. Na verdade, a qualidade de vida nestas cidades já justifica como opção. Quase todas têm excelentes hospitais, estradas, proximidade de aeroportos, escolas e faculdades.

Os investimentos em túneis, mergulhões, metrô, BRTs, conjuntos habitacionais são imensos e não resolvem o caos em que se transformou a vida nas capitais, incluindo a moderna Brasília. A capacidade de investir nas grandes obras parece esgotada. Até mesmo o Rio já não tem como melhorar a mobilidade urbana. E olha que a cidade sofreu verdadeira revolução nos últimos anos, com as obras em curso na Avenida Brasil, da chegada do metrô à Barra da Tijuca, ao Porto Maravilha, Túnel Marcelo Alencar e outras obras.

Antes dos anos 1940, teve o desmonte do morro do Castelo, a abertura da Av. Presidente Vargas. Os acessos à Barra e o alargamento da Avenida Atlântica com Negrão de Lima. No passado, o mundo viu grandes reformas de grandes homens, desde Napoleão III, em Paris, a Roma, entre 1925 e 1940, Lisboa de Duarte Pacheco (anos 30 e 40) e Madrid dos anos 60 e 70, com seu entorno. Nova York, cidade monumental, ficou parada no tempo e no espaço. Há mais de meio século não tem uma nova grande obra e as vias expressas de entrada dos aeroportos de La Guardia e JFK tornam a chegada ou saída um verdadeiro sacrifício. E parece que sem solução.

Temos cidades prontas para receberem pelo menos um acréscimo populacional de 20%, com vantagem para todos. Em Minas, onde Belo Horizonte vive sitiada, sem anel rodoviário, com trânsito caótico também nas vias provenientes do aeroporto e do centro administrativo, são muitas as cidades prontas a acolherem grandes empresas, como Juiz de Fora, Curvelo, Montes Claros, Uberaba e Uberlândia, muitas no sul do Estado. E o Rio, no Vale do Paraíba, em Três Rios e Campos. São Paulo nem se fala... São tantas as opções!

Goiás é outro exemplo, com Anápolis, e os estados de Mato Grosso, sul e norte, com bons acessos podem atrair empreendimentos voltados para o agronegócio. No Nordeste, a situação não difere muito, com cidades problemáticas, como Salvador e Recife. Neste momento de virada, o tema mereceria ser pelo menos examinado.

Aristóteles Drummond é jornalista

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