Arte: Luiza Erthal - Arte: Luiza Erthal
Arte: Luiza ErthalArte: Luiza Erthal
Por O Dia

Rio - Cinco anos depois da inauguração dos estádios e arenas construídas ou reformadas para a Copa do Mundo de 2014, os custos operacionais das partidas e a manutenção das instalações ainda geram discussão. Sob determinado aspecto, por se tratar de um assunto recente no Brasil, é normal que o tema seja recorrente entre dirigentes, torcedores e imprensa especializada.

O Maracanã, estádio mais famoso do mundo, está sempre na agenda do dia, principalmente depois das partidas de grande público. Alguns esclarecimentos são necessários para que se entenda o que é o custo de uma partida e o que é despendido para a manutenção do estádio estar sempre seguro, atualizado e confortável para os torcedores do primeiro ao último jogo da temporada.

Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que a operação e o custo das partidas, desde 2017, está sob a responsabilidade dos clubes, que negociam diretamente com os fornecedores. A operação dá conta de despesas que existem em todo e qualquer estádio do mundo, como água, energia, seguranças e funcionários de limpeza, por exemplo. Cabe aqui uma importante observação: parte significativa desses custos dizem respeito à segurança dos torcedores.

Os clubes, protagonistas do espetáculo, também são os responsáveis pela bilheteria e pela definição dos preços dos ingressos, que via de regra estão atreladas aos respectivos programas sócio torcedor. A remuneração da concessionária que administra o Maracanã, ressalte-se, menor do que recebem os clubes, contribui para cuidar do Maracanãzinho e do Maracanã. É imprescindível, por exemplo, a correta amortização e depreciação dos equipamentos e espaços do estádio e do ginásio.

A simples leitura do borderô das partidas, portanto, mostra apenas parte dos recursos que são movimentados durante um jogo de futebol. Além das bilheterias, os times de futebol que jogam no Maracanã recebem receitas provenientes de alimentos e bebidas e também da comercialização dos camarotes.

Em resumo, para que os clubes continuem sendo protagonistas, é necessária uma estrutura suando a camisa nos bastidores. A discussão sobre os custos é e será sempre pertinente, mas é preciso considerar os diversos aspectos que vão para além dos 90 minutos de bola rolando. Diante dessa realidade, o Maracanã e os clubes têm a oportunidade de criar produtos e serviços para obter novas receitas a partir dos próprios potenciais, que são imensos quando ambos estão trabalhando de forma sinérgica e simbiótica.

Em 2019, pela primeira vez, os clubes terão direito de explorar as propagandas de campo. Essa propriedade, que sempre foi da TV, está agora nas mãos dos times de futebol e pode estar agregada a outros espaços do estádio para fornecer ao público e às marcas uma experiência ainda melhor. Os potenciais são imensos, dada toda história que envolve o Maracanã e os clubes de futebol, principalmente os cariocas.

Cabe ainda destacar que o Maracanã tem tudo para aumentar seu papel de indutor de desenvolvimento urbanístico, econômico e social do Rio de Janeiro, especialmente para os bairros da Tijuca – onde está localizado –, a Mangueira e a Quinta da Boa Vista. Para ter ideia, hoje, o tour do estádio recebe em média 1,5 mil pessoas por dia. Sensível a esse imenso potencial, o Estado do Rio já iniciou diálogo com Maracanã para o desenvolvimento de um projeto imobiliário, com diversos espaços públicos e gratuitos, que vai gerar empregos na região.

Neste ano, com o advento da Copa América, o Maracanã voltará a ser a casa da Seleção Brasileira de Futebol. Torcemos para que a parceria com a CBF e a seleção mais vencedora do planeta se estenda para além do torneio. O Maracanã é o lugar perfeito para o time canarinho se reconectar definitivamente com os  torcedores brasileiros, unindo-se ao Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco. Poucos times e seleções de futebol têm uma casa com a história do Maracanã. O Rio de Janeiro oferece tudo isso.

Mauro Sahade Darzé é diretor presidente do Complexo Maracanã

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