Corcovado, Cristo Redentor - fotografia de Carlos Monteiro - Fotografias: Carlos Monteiro
Corcovado, Cristo Redentor - fotografia de Carlos MonteiroFotografias: Carlos Monteiro
Por O Dia

Vibremos todos! Estácio de Sá está chegando neste 1º de março de 1565.

A natureza exuberante constitui o traço comum, por excelência, desta São Sebastião do Rio de Janeiro. O militar Estácio de Sá aportou no Paraíso, nesta Terra de Santa Cruz, no dia 1º de março de 1565. Antes, foi a Bertioga buscar víveres, pessoas e artefatos.

O quadro natural exibe fauna e flora ímpares. A cidade se planta neste éden mais exatamente para Portugal não perder esta porção e, consequentemente, expulsar os dominadores da chamada França Antárctica, bem como extirpar os males, do ponto de vista luso, da aliança estabelecida entre franceses e os índios da confederação tamoio.

No transcurso do tempo viajantes estrangeiros foram exímios cronistas e admiradores da beleza exibida pelas baías, atlânticas águas, ilhas, enseadas, alagados, pântanos, montanhas e reentrâncias assim como florestas, ou seja, por excelência, uma dadivosa natureza,. As intervenções urbanísticas empreendidas, no decorrer do século vinte, retocaram o mais que perfeito conduzindo a urbe carioca a ser coroada com um título-honraria, qual seja, o de Cidade Maravilhosa.

O cientista, escritor e jornalista Coelho Neto cunhou tal expressão, em 1908. Diante da comunhão natureza/ação humana, mais tarde, voltou ao tema da Cidade Maravilhosa em um livro de contos publicado em 1928. Alguns anos depois, justamente em 1934, o compositor André Filho e sua notável marchinha carnavalesca Cidade Maravilhosa imprimiriam, através do canto jovial de Aurora Miranda, e arranjo bombástico de Pixinguinha, uma ressonância extraordinária para o Rio de Janeiro.

Neste horizonte, ao longo dos séculos, intelectuais, poetas, músicos, religiosos, políticos, gente comum e mesmo internautas de diversas partes do Planeta ratificaram o deslumbramento, a reverência e a devoção à mais bela cidade do mundo. Neste particular, a Sebastianópolis, como ninho aconchegante e em sua vastidão, agrega proteção e querência, assumindo foros de uma concha, lar ou lugar existencial ou da coletividade.

Hoje 454 anos depois a Cidade Olímpica & Maravilhosa vive em meio a um universo de títulos e honrarias. O mais recente foi conferido no início de 2019, qual seja, primeira Capital Mundial da Arquitetura conferido pela Unesco.

Com efeito, estamos antenados e on-line navegando em águas de um passado viçoso e desaguando na internet, no Facebook, no Whats ou no Zap, nos e-mails, no Twitter, no Instagram, no Youtube, na nuvem e outras pós-modernas ferramentas singrando e propagando as belezas deste Rio.

A cidade ostenta os seus encantos em quadros, depoimentos, gravuras, fotos, canções, discursos, artigos, teses, livros e na oralidade dos cariocas e de toda gente que se apaixona por este Rio de São Sebastião. “Bombando”, como dizem os jovens, nas redes sociais seus inesgotáveis ângulos surgem e se ampliam na grandeza de sua opulência registrando e eternizando esta maravilha de cenário.

 João Baptista Ferreira de Mello é coordenador do Projeto Roteiros Geográficos do Rio – UERJ

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