Por gabriela.mattos

Rio - A crise na Faetec vai ganhar mais um capítulo. Irritados com os problemas estruturais, principalmente com a falta de almoço e lanche, os alunos e funcionários convocaram uma assembleia para a próxima quarta-feira, na unidade de Quintino, a partir das 14h. Durante essa sessão, os estudantes podem ainda entrar em estado de greve e planejam também fazer um ato unificado no dia 2 de março.

Na última quarta-feira, os jovens da Escola Estadual Ferreira Viana, unidade da Faetec na Tijuca, contaram ao DIA que foram liberados das aulas mais cedo por não ter almoço no colégio. Eles também relataram que as salas estão sem ar condicionado e há falta de material didático.

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No entanto, parece que a falta de alimentos ainda persiste e os estudantes começaram a reclamar também por meio do Twitter, com a hashtag "#NãotanormalFaetec". Líder do grêmio estudantil da Escola Técnica Estadual Henrique Lage, unidade de Niterói, Daniel Guanabara, de 16 anos, contou que, apesar de terem tido o almoço nesta sexta-feira, os alunos não puderam lanchar durante toda a semana. O intervalo costuma ser às 9h, onde seria oferecido suco, biscoito, frutas ou iogurte.

"Eles reduziram a comida da escola, mandaram menos peixe. O almoço de terça-feira era peixe e de quarta-feira era frango. Mas tinha poucos ingredientes e eles tiveram que pegar do estoque de quarta-feira para nos dar na terça-feira. Os produtos não deram para todos os alunos", reclamou o estudente do 3º ano do Ensino Médio.

Alunos da Faetec estão sem lancheDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

Outra reclamação de Daniel foi que os professores estariam proibidos de comer antes das 13h. Segundo a aluna Livia Fernandes, de 16 anos, essa determinação também foi imposta na Escola Técnica Santa Cruz. "Eles já deram esse aviso", acrescentou.

Já o presidente da Faetec, Wagner Victer, negou todas essas afirmações. Ele disse que a rede de escolas segue a legislação e "nenhuma unidade deixou de repor suprimento para a alimentação escolar". O presidente contou ainda que os colégios receberam os alimentos no último sábado.

"O que acontecia era que muitas pessoas de cursos que não tinham direito à alimentação, como superior e cursos de qualificação, queriam comer. E isso foi cortado. Mas para o ensino básico escolar temos alimentos, sim. As unidades estão abastecidas para 10 dias de aulas. Não recebemos nenhuma reclamação das direções", afirmou.

Além disso, Victer negou que as escolas tenham proibido os professores de se alimentarem antes das 13h. "Não existe nada em relação a isso, nenhuma limitação ou ordem", destacou.

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