Por gabriela.mattos

Rio - O receio de que o Rio de Janeiro não consiga realizar a Olimpíada por causa do avanço da zika foi amenizado nesta sexta-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A entidade internacional garantiu que a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti não vai atrapalhar a realização dos Jogos. A certeza se deve ao fato de que no período das competições, entre 5 a 21 de agosto, será inverno no Hemisfério Sul, quando é menor a proliferação dos insetos.

O diretor-executivo de Surtos e Emergências de Saúde da OMS, Bruce Aylward, afirmou que as instalações esportivas no Rio de Janeiro estarão concentradas em uma área relativamente confinada, tornando mais fácil para as autoridades controlarem a população do mosquito. “O Brasil terá uma Olimpíada fantástica e de muito sucesso. O mundo todo estará lá. Gostaria muito de estar lá. Mas estarei em outra parte do planeta”, previu o chefe da equipe responsável por assuntos relacionadas à zika na OMS.

Desde segunda-feira%2C soldados e agentes de saúde orientam moradores sobre como eliminar os focosMaíra Coelho / Agência O Dia

Aylward também apontou para a possibilidade de que o vírus terá passado por uma grande parcela da população do país até lá, e muitos brasileiros poderão ter desenvolvido imunidade à doença. Como ele, o diretor médico do Comitê Olímpico Internacional (COI), Richard Budgett, afirmou, na semana passada, que não existe risco de cancelamento ou adiamento por conta da enfermidade.

Nesta sexta-feira, durante a participação em uma aula para estudantes do Colégio da Polícia Militar Alfredo Vianna, em Juazeiro (BA), como parte da Campanha Zika Zero, a presidente Dilma Rousseff disse que o Rio terá atenção especial do governo. “Vamos ter todo o cuidado para que nossos visitantes, principalmente mulheres grávidas, tenham consciência de que é fundamental usar repelente e mangas compridas”, recomendou Dilma, enfatizando que a época de maior infestação do mosquito ocorre de janeiro a junho.

A presidente lembrou ainda que desde sábado 220 mil homens das Forças Armadas atuam na campanha contra o mosquito. O ministro do Esporte, George Hilton, também garantiu que as epidemias provocadas pelo mosquito não serão um obstáculo para os Jogos Olímpicos. “Todos estão mobilizados para controlar a proliferação do mosquito e o trabalho e conscientização deve aparecer em breve, principalmente no Rio para receber atletas e turistas”.

?Estado com mais de cinco mil focos de Aedes

O Ministério da Defesa divulgou ontem o balanço da mobilização ‘Zika Zero’ iniciada na última segunda-feira e que teve a participação das Forças Armadas e de agentes de saúde. Após quatro dias,<CW-1> 0,84% dos imóveis foram vistoriados em 30 municípios fluminenses.

Dos 5,2 milhões de domicílios do Estado do Rio, 43.844 moradias, comércios e indústrias receberam a presença dos 70 mil militares. Durante o combate e entrega de folhetos, cerca de 13.094 estabelecimentos estavam fechados ou se recusaram em receber a visita dos militares. Foram encontrados 5.703 focos do Aedes aegypti.

Segundo o chefe do Estado-Maior, almirante Ademir Sobrinho, o apoio dos militares às autoridades de saúde terá continuidade ao longo dos próximos meses. A previsão é que depois do dia 4 de março, aproximadamente 5 mil homens continuarão o trabalho de eliminação dos focos de proliferação do mosquito. As cidades serão definidas pelo Ministério da Saúde. “As Forças Armadas, em apoio ao Ministério da Saúde no combate ao mosquito Aedes aegypti, estão realizando uma grande mobilização”, disse. A Secretaria Municipal de Saúde disse que caiu para 1% a taxa de infestação do Aedes. A menor desde 2009 (4%).

?Reportagem da estagiária Julianna Prado

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