Por gabriela.mattos
Jovens tiveram corpos pintados com tintas spray e foram agredidos com barra de ferroReprodução Vídeo

Rio - Jaelson Cabral dos Santos, de 33 anos, e Marvin Martins dos Santos, de 25, foram identificados por policiais da 4ª DP (Central do Brasil) como sendo os acusados de torturar três grafiteiros, na Saara — região comercial no Centro do Rio —, no dia 21 de janeiro. O bando seria formado por mais cinco pessoas. Os jovens foram abordados por seguranças do local após tentar grafitar paredes do comércio.

Na terça-feira, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público pelo crime de tortura contra Jaelson e Marvin, mas negou prisão temporária da dupla, que responderá em liberdade. No início do mês, a Justiça também recusou o pedido de busca e apreensão na casa de um dos investigados e num estabelecimento na Saara.

Segundo as investigações, Jaelson e Marvin são irmão e filho, respectivamente, de um PM apontado como chefe de segurança do centro comercial. A polícia investiga se o PM também participou da sessão de espancamento.

Na delegacia, as vítimas não tiveram dúvidas em reconhecer os agressores. Uma delas revelou que foi Marvin quem filmou toda a sessão de tortura com o celular. As agressões duraram quase uma hora e as imagens foram divulgadas nas redes sociais. O rapaz contou ainda que foi Marvin que abordou os jovens e que os avisou que o ‘Caveirão’ — em referência ao carro blindado da polícia — estaria chegando no momento em que foram pegos.

De acordo com os depoimentos, ele estava se referindo ao veículo da marca Ômega, em que Jaelson chegou ao local. Segundo um dos grafiteiros, o agressor já saiu do carro segurando barra de ferro. O rapaz que teve a perna quebrada em dois lugares disse que Jaelson foi o autor das lesões. Segundo a vítima, enquanto o agredia mandava que não olhasse para ele.

Segundo os jovens, Marvin foi quem distribuiu barras de ferro aos demais torturadores. Eles desconfiam que Jaelson seja o líder do grupo porque, segundo disseram, era ele quem dava ordens para que os outros batessem e pintassem os corpos, incluindo a genitália, dos rapazes.

Jovens foram ameaçados de morte

A tortura dos grafiteiros na Saara veio à tona uma semana depois do crime, quando filmagens das cenas de agressão chegaram às redes sociais. Os rapazes foram atingidos por barras de ferro, socos e pontapés, tiveram seus rostos e corpos pintados e ainda foram ameaçados de morte.

Os jovens foram obrigados a ficar de olhos e bocas abertos, enquanto os torturadores espirravam tinta spray em seus rostos. As vítimas também tiveram que tirar a roupa e ficar apenas de cuecas. Seminus, eles foram correndo até a estação da Central do Brasil, sendo que um deles estava com a perna quebrada. De lá, pegaram um ônibus para casa. Na época, o responsável pelo policiamento da Saara negou que os agressores fossem seguranças do local.

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