Por thiago.antunes
Operação na Favela do Rola deixou cinco mortos e apreendeu 10 kg de maconhaWhatsApp O DIA (98762-8248)

Rio - Uma operação de agentes da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) com apoio de policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Grupamento de Ações Táticas (GAT) do 27º BPM (Santa Cruz) deixou pelo menos quatro mortos, na manhã deste sábado, na Favela do Rola, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio.

A incursão na favela ocorreu em uma localidade conhecida como 'Praça do Rodo', onde ocorria uma festa patrocinada pelo tráfico. Quatro homens, apontados como traficantes, foram mortos e outros cinco, presos.

Entre os mortos está Ronaldo de Moraes Knauer Bezerra, de 20 anos, que seria gerente do pó da favela. Ele havia saído da prisão no último dia 25 de janeiro e respondia em liberdade condicional por tráfico de drogas. Na ocasião da sua prisão, em 2014, havia sido detido portando uma pistola alemã do tipo Sig Sauer, de uso restrito.

Seu irmão, identificado como Wladimir Knauer, 23, é um dos presos e encontra-se internado no Hospital Pedro II, sob custódia. Na ação policial, um dos disparos de fuzil acertou uma de suas pernas, que teve de ser amputada.

Todos os mortos e feridos já tinham passagem na polícia por crimes como tráfico de drogas, associação ao tráfico e corrupção de menores.

De acordo com o delegado Antenor Lopes, titular da Dcod, há seis meses a unidade investiga os traficantes do Rola. A data escolhida para desencadear a operação foi antecipada após o sequestro de um policial na última quinta-feira. Além disso, os agentes receberam a informação de que uma festa ocorreria com várias lideranças do Comando Vermelho. 

"Chegamos no local por volta das 4h30. Temos uma investigação ampla, de seis meses, da atuação do tráfico na região e, além da festa na madrugada, também temos denúncias de alguns pontos onde estariam os criminosos, disse Lopes.

Até o momento, um fuzil, cinco pistolas e 10 kg de maconha foram apreendidos. Segundo Lopes, a quadrilha de traficantes torturou o cabo Rinaldo Barbosa de Souza. O PM foi salvo por policiais do 27º BPM.

Rinaldo, que está na corporação há dez anos e é lotado no Grupamento Especial de Policiamento de Estádios (Gepe), foi levado para o Hospital Municipal Pedro II. O cabo passava na Avenida Cesário de Melo quando foi abordado pelos criminosos. Depois que o bando o identificou como policial militar, ele foi arrastado para dentro da Favela do Rola, espancado e baleado três vezes - dois tiros atingiram a sua perna direita, e um a perna esquerda.

"A operação foi uma resposta ao sequestro do policial. Agora eles [traficantes] não querem só matar um agente de segurança. Querem torturar, fazer sofrer. Nossa inteligência já trabalhava há seis meses identificando a quadrilha. Todos que morreram estavam armados e reagiram", afirmou Lopes.

A mesma equipe que socorreu o agente apoiou a operação da Polícia Civil. "Chamamos os policiais pois eles conhecem o local. Dos mortos, somente um foi em confronto com a PM", disse o delegado.

Segundo o investigador, a Dcod vai continuar a realizar operações no Complexo do Rola. "Esse é um bunker importante do Comando Vermelho. Mensalmente, a movimentação financeira com a venda de drogas gira em torno de R$ 2 milhões a R$ 4 milhões".

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