Por gabriela.mattos

Rio - Rian Brito, de 25 anos, neto do humorista Chico Anysio, fez um longo jejum antes de morrer afogado no mar de Quissamã, no litoral Norte Fluminense. De acordo com a delegada Ellen Souto, titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), o jovem estava jejuando há vários dias quando viajou à cidade, o que pode ter colaborado para o afogamento, junto com a temperatura elevada. “É possível que o calor intenso e o jejum tenham provocado uma desidratação, alucinação”, afirmou, em entrevista coletiva nesta sexta-feira.

A Polícia Civil pediu exames complementares, incluindo um toxicológico. “A família garante que ele não era usuário de drogas, mas vamos apurar”, explicou. Investigadores também vão analisar imagens de câmeras do ônibus em que ele viajou para a cidade. A ideia é apurar se o jovem teve contato com outras pessoas durante o trajeto entre o Rio e Quissamã, e como se deslocou da rodoviária até a Praia de Flecheiras, no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, onde o corpo foi encontrado na quinta-feira. Agentes calculam que Rian tenha andado cerca de cinco quilômetros até o local onde mergulhou no mar. O computador pessoal de Rian também será periciado.

Neto de Chico Anysio estava desaparecido desde o último dia 23. Corpo foi encontrado na praia de QuissamãReprodução Internet

O corpo do jovem chegou no fim da manhã desta sexta-feira ao Rio. Inicialmente previsto para a tarde, o funeral foi cancelado pela família. A cremação deve ocorrer hoje, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju. O laudo da necropsia aponta como causa da morte asfixia por afogamento.

“Ele estava jejuando há vários dias em local quente e talvez não estivesse nutrido o suficiente para aguentar um mar daquele. Uma fatalidade levou ao afogamento”, disse a delegada. Ela explicou que a praia é muito perigosa e os moradores demonstraram medo do mar no local, por conta da força da correnteza.

Rian tinha o hábito de meditar em locais de natureza selvagem e de jejuar, como confirmou a família. “O local é ermo, bem deserto, mas muito bonito. Os moradores pouco frequentam e poucos turistas vão lá”, contou a delegada, que não acredita na hipótese de suicídio. “Ele não teria motivo para querer tirar a própria vida. Não tinha perfil de depressão. Ele lançaria um CD, um projeto dele, no dia em que seu corpo foi achado. Não teria motivo para não querer estar aqui.”

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