Por adriano.araujo

Rio - Funcionários e alunos realizaram, na manhã desta segunda-feria, um protesto em frente à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), no primeiro dia de greve de professores e técnicos-administrativos. A instituição emitiu uma nota hoje e disse apoiar o movimento grevista.

O grupo partiu da Uerj e percorreu a Rua São Francisco Xavier em direção à Boulevard 28 de Setembro, onde fica o Hospital Universitário Pedro Ernesto, que pertence à universidade. Os grevistas acusam o governo de descaso e reinvindicam melhorias no que chamam de "sucateamento da universidade".

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Ato marcou início de greve na Uerj nesta segunda-feiraDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

A pauta também pede o reajuste dos salários acima da inflação, normalização do calendário de pagamento — hoje feito no sétimo dia útil — e o depósito de forma integral da segunda parcela do 13º, dividido em cinco vezes. O movimento é convocado pela Associação de Docentes da Uerj (Asduerj) e pelo Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio (Sintuperj).

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Reitor da Uerj emite nota apoiando movimento grevista

Na manhã desta segunda-feira, a reitoria da Uerj disse em nota que respeito às manifestações do movimento grevista. "Acreditamos no diálogo e na transparência de informações para a consolidação de uma Universidade pública, autônoma, forte, democrática, responsável e socialmente referenciada, que atue para o bem-estar de nossa sociedade."

Segundo o texto, na paralisação dos técnico-administrativos, docentes e estudantes "fica claro para o cidadão do nosso estado, primordialmente, os problemas já detectados em 2015 e que estão se acumulando em 2016."

Protesto pede o fim do sucateamento da Uerj, do Hospital Pedro Hernesto e reajustes salariaisDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

A reitoria pediu "cautela e ponderação" dos grevistas em caso de discordância de alguns servidores da causa da paralisação e reconheceu os problemas enfrentados nos pagamentos de salários de bolsistas e contratados, o que paralisou os serviços de limpeza, segurança, alimentação e manutenção, dentre muitos outros. A instituição espera o repasse de verbas pelo estado para a regularização dos pagamentos ainda em atraso. Em nota, o governo do Estado informou que a Educação é 'uma das suas prioridades, com avanços inegáveis'.

Nota do governo estadual

O governo do estado considera legítimo o direito de greve e reitera que a Educação é uma das suas prioridades, com avanços inegáveis. Os professores e técnicos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) têm sido valorizados com compromisso e responsabilidade.

Entre janeiro de 2010 e janeiro deste ano, os docentes daquela universidade tiveram reajuste de até 103,78%. Nesse período, os auxílios alimentação e insalubridade também foram reajustados. Além disso, em 2012, o estado criou o regime de dedicação exclusiva, que equivale a 65% do vencimento base dos professores. Qualquer novo reajuste salarial depende do aumento da arrecadação do Estado.

A Secretaria estadual de Fazenda tem feito repasses à Uerj de acordo com a disponibilidade de recursos em caixa. Este ano, foram repassados R$ 173 milhões à universidade, que tem autonomia na gestão dos recursos. Novos pagamentos serão realizados o mais rapidamente possível, dependendo da disponibilidade de recursos em caixa.

Outros dados:

 
- Orçamento da Uerj em 2007: R$ 579 milhões, sendo R$ 457 milhões provenientes dos cofres do governo do estado.

 
- Orçamento em 2014: R$ 1,23 bilhão, sendo R$ 1,1 bilhão de recursos estaduais.
 
- Houve um aumento de 141% nos repasses do caixa estadual para a Uerj nos últimos nove anos. Ao descontarmos a inflação, houve um crescimento real de quase 100% no seu orçamento. 


 - Os gastos com pessoal pularam de R$ 372 milhões para R$ 815 milhões.

Graças aos novos concursos, à criação do adicional por dedicação exclusiva de 65% e aos novos planos de carreira, houve um incremento na média salarial de professores e técnicos e um aumento expressivo do número destes últimos (de 3.374 em 2007 passaram a 5.845 em 2014).

A assistência estudantil também foi ampliada. O número de bolsas pagas a alunos de graduação subiu de 2.004 para 8.587, entre 2007 e 2014. O número de cursos de pós-graduação stricto sensu subiu de 64 para 92, e o total de programas considerados de excelência pela Capes também cresceu. O percentual de professores doutores passou de 57%, em 2007, para 79%, em 2014 e já está se expandindo com as 500 novas vagas autorizadas em 2015. A produção científica aumentou consideravelmente e todos os rankings continuam apontando a Uerj como uma das melhores universidades do país.

 

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