Por gabriela.mattos
Idosos e crianças menores de cinco anos são os primeiros a receber a vacina na primeira fase da campanhaDivulgação

Rio - Já chega a 14 o número de óbitos pelo vírus Influenza A (H1N1) no Estado do Rio, onde 42 casos da doença já foram confirmados por exames laboratoriais e estão sendo monitorados. A quantidade de mortes pela gripe dobrou e a de pacientes infectados, quadruplicou, na última semana. Os dados foram divulgados pela subsecretaria de Vigilância da Secretaria de Estado de Saúde. Apesar da preocupação da população e do corre-corre atrás de álcool em gel, usado para higienização das mãos, a secretaria garantiu, por meio de nota, que “não há epidemia da gripe”.

Nesta segunda-feira, seis cidades do Sul Fluminense, onde residia metade das pessoas que morreram — Volta Redonda, Angra dos Reis, Barra Mansa, Piraí, Pinheiral e Porto Real —, anteciparam a vacinação, que começará no estado a partir do dia 25. Durante todo o dia, pelo menos 100 mil moradores dessas localidades teriam sido imunizados.

As doses foram destinadas a pacientes tidos como prioritários: crianças de seis meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias; grávidas em qualquer período gestacional, puérperas (até 45 dias após o parto) e pacientes renais crônicos. Nessa região, a partir do dia 25, serão imunizados idosos, profissionais da área de saúde e jovens de 12 a 21 anos que residem em instituições fechadas, como os que cumprem medidas socioeducativas.

Em Resende, onde três pessoas já tiveram mortes confirmadas pelo vírus, a vacinação, que começaria só no sábado, será antecipada para hoje, com os mesmos critérios de prioridade de cidades vizinhas. Em Barra Mansa, a exemplo das demais cidades, onde os horários de vacinação também são parecidos, as doses contra H1N1 estão disponíveis das 8h às 17h, em todas as unidades de saúde.

“Nesta primeira semana da campanha, a meta é vacinar 12 mil pessoas, consideradas prioritárias. A partir do dia 25, outras 28,3 mil serão destinadas a idosos, profissionais da área de saúde, adolescentes e jovens”, adiantou Marlene Fialho, da Secretaria de Saúde de Barra Mansa.

Cuidados para evitar a doença

Sintomas

Febre alta, dores de garganta, dores no corpo e fadiga exaustiva. Há casos de diarreia e vômitos. Formas graves da doença evoluem para pneumonia, falência respiratória e morte.

Tratamento

Nas gripes, beba bastante líquido, tome remédios para febre, faça alimentação leve e procure repousar. Para a H1N1, o remédio Tamiflu deve ser tomado em até 48 horas após os sintomas. Se houver complicações, como pneumonia, procure o médico. 

Transmissão

Os vírus da influenza passam por meio de tosse ou espirros das pessoas infectadas ou pelo contato com objetos contaminados e, em seguida, tocando sua boca ou nariz.

Prevenção

Lave as mãos antes de consumir algum alimento; use lenço descartável para assoar o nariz; cubra o nariz e boca quando espirrar ou tossir; evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca; higienize as mãos após tossir ou espirrar; não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; mantenha os ambientes bem ventilados; não fique em locais fechados e com grande concentração de pessoas e evite contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe.

Doentes crônicos devem ficar atentos aos sintomas

A recomendação de especialistas para evitar o agravamento da doença é procurar os serviços de saúde assim que aparecerem os primeiros sintomas, principalmente pessoas que têm outras enfermidades, como diabetes, hipertensão, doenças pulmonares crônicas e obesidade. Nesses casos, os efeitos da gripe podem levar à morte.

De acordo com o Ministério da Saúde, a vacina é indicada para todas as pessoas, exceto para bebês com menos de 6 meses de idade. Dependendo do fabricante da vacina, um dos tipos da tetravalente só pode ser dado para crianças maiores de 3 anos de idade.

A trivalente, dada nos postos de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pode ser aplicada a partir dos 6 meses. A vacina trivalente protege contra a Influenza A H1N1, a Influenza A H3N2 e a Influenza B. Crianças de 6 meses a 1 ano têm que tomar duas doses, com intervalo de 1 mês. Já as clínicas particulares costumam oferecer a tetravalente.

No Sul Fluminense, porém, donos de empresas do setor se queixam da falta de vacinas. “Franquias de clínicas da capital fecham grandes pacotes para aquisição de doses com distribuidoras e laboratórios, deixando o interior desabastecido”, protesta Arthur Fernandes, dono da Assen, empresa de vacinação de Volta Redonda, que este mês não conseguiu atender um cliente. Na região também falta álcool em gel. Nas farmácias onde o produto ainda é encontrado, varia de R$ 10 o frasco com 220g, a R$ 20, o de 440g.

No país, já são mais de 450 casos

À medida que a gripe H1N1 se alastra pelo país, a vacinação contra o vírus também vai sendo antecipada, na tentativa de impedir uma epidemia nacional. Até agora, a síndrome aguda respiratória grave por Influenza A já matou mais de 70 pessoas no Brasil e infectou mais de 450. De janeiro a dezembro do ano passado, foram registradas 36 mortes pela gripe A H1N1.

O Ministério da Saúde iniciou o envio aos estados da vacina contra a gripe A no início deste mês. Nas três primeiras remessas (1º a 15 de abril), os estados receberam 25,6 milhões de doses, que correspondem a 48% do total a ser enviado para a campanha deste ano. Desse montante, 5,7 milhões de doses são destinadas a São Paulo, estado com o maior número de casos do Sudeste. O Rio receberá 4 milhões de doses.

A distribuição das vacinas aos municípios é de responsabilidade dos estados. A campanha de vacinação oficialmente está marcada em todo o país para ter início no dia 30 de abril, com término previsto para o dia 20 de maio.

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