Por gabriela.mattos
Pistas no sentido Centro da Radial Oeste ficaram completamente alagadas causando engarrafamentoCarlos Eduardo Cardoso / Agência O Dia

Rio - A 107 dias da Olimpíada, a região do Maracanã virou um enorme piscinão. O rompimento de uma tubulação da Cedae, por volta das 6h30 de nesta quarta-feira, abriu uma cratera de 24 metros quadrados, por dois metros de profundidade na pista da Avenida Radial Oeste, no sentido Centro. O vazamento de água, na altura do Museu do Índio, deu um nó no trânsito, provocando mais de três quilômetros de engarrafamentos, com reflexos até o Engenho Novo. Pelo menos 14 bairros tiveram o abastecimento reduzido pela Cedae. Moradores e comerciantes da área afirmaram que ficaram sem água após o acidente.

Os dois sentidos da via ficaram alagados. Um motoqueiro tentou atravessar o alagamento e foi ‘engolido’ pelo buraco. A concessionária informou que a tubulação afetada abastece os bairros do Lins, Engenho Novo, Grajaú, Vila Isabel, Maracanã, Tijuca, Rio Comprido, Cosme Velho, Laranjeiras, Botafogo, Urca, Leme, parte do Andaraí e Copacabana.

Segundo a Cedae, o serviço estava previsto para ser concluído até a madrugada de hoje. Diretor de produção e eventos da Cedae, Edes Fernandes Oliveira, informou que moradores e comerciantes da região do Maracanã e Tijuca não deveriam se preocupar com falta d'água. Ele alertou, porém, para que evitem o desperdício.

“O ideal é utilizar a água apenas para cozinhar e tomar banho. Lavar carros e calçadas não é aconselhável. A maioria das residências tem caixas d'água, não há razão para alarme, a população não sentirá falta d'água”, garantiu o diretor da Cedae.

Mas não foi o que disseram moradores e comerciantes da área. Em ruas da Tijuca, região próxima ao alagamento, houve muita reclamação. Na casa do economista Marcos Maciel, 69 anos, na Rua Almirante João Cândido Brasil 222, não havia água. “Estava molhando o jardim e acabou a água por volta das 7h30”, contou.

Dono de um bar na Rua Dona Zulmira 111, Amadeu Martins, 53 anos, disse que talvez fosse necessário fechar o banheiro ao público para não gastar a reserva. “Tenho água no reservatório para três dias, mas se usarem o banheiro acabará em um”, disse o comerciante.

Ainda na Dona Zulmira, no número 130, Regina Herdy, 31 anos, recepcionista de uma academia de ginástica, comentou que em casos como este o estabelecimento é obrigado a interromper o banho dos alunos para não faltar água. “Só não estamos desligando o bebedouro”, disse Regina.

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A Cedae informou não saber quais foram as causas do rompimento e nem quantos litros de água foram desperdiçados. A empresa, no entanto, avisou que arcará com todos os eventuais danos causados a terceiros em decorrência do vazamento. A previsão da liberação de parte da via (sentido Centro), segundo a direção da Cedae, é para esta quinta-feira.

Clique e veja o infográfico completoArte O Dia

A CET Rio informou, no entanto, que a liberação completa da pista vai depender da recuperação total do asfalto que teve rachaduras. A concessionária disse que a responsabilidade dela é o conserto da tubulação e que caberá à prefeitura fazer a recuperação do asfalto. A Secretaria Municipal de Conservação (Seconserva) informou que aguarda contato da Cedae para contatar a obra.

Em alguns pontos o asfalto cedeu e havia muita lama. A concessionária informou ter fechado válvulas e registros para interromper o fluxo de água na tubulação e dar fim ao vazamento.

Segundo o Centro de Operações a pista da Radial Oeste no sentido Méier opera nos dois sentidos: duas faixas no sentido Méier e duas em direção ao Centro (reversível implantada entre o estádio do Maracanã e a Rua General Canabarro).

A Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico (Agenersa) enviou técnicos ao local para verificar as causas do acidente. Se ficar comprovada a responsabilidade da Cedae, a empresa poderá ser advertida ou multada.

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