Rio - Mais antigo jornal em circulação ininterrupta na América Latina, com 189 anos, o ‘Jornal do Commercio’, do Grupo Diários Associados, circula amanhã pela última vez. Sua edição online e o impresso ‘Diário Mercantil’, que faz parte do mesmo grupo, também terão suas atividades encerradas. Sediadas em São Cristóvão, as publicações têm, juntas, aproximadamente, 24 profissionais na redação.
Ao contrário da ‘Nativa FM’, também do grupo, que foi desativada em dezembro do ano passado, a ‘Rádio Tupi’ permanecerá em funcionamento. De acordo com o presidente do ‘Jornal do Commercio’ e da ‘Tupi’, Mauricio Dinepi, o fechamento dos períodicos mostra a dimensão da crise econômica que o país atravessa. “Somos mais uma vítima engolida pela crise que assola o país”, declarou. “Quando precisávamos que a economia renascesse, ela afundou. Os governos em crise pararam de anunciar no jornal e outros não pagaram os anúncios já publicados”, lamentou.
Fundado pelo francês Pierre Plancher em 1º de outubro de 1827, o jornal passou a integrar o Grupo Diários Associados, de Assis Chateaubriand, em 1959.
A título de curiosidade e para demonstrar sua importância histórica, o ‘Jornal do Commercio’ teve papel importante no movimento que culminou com a abdicação de Dom Pedro I ao trono. Seu filho e sucessor, Dom Pedro II, escrevia no impresso.
Passaram pelo seu quadro de colaboradores personalidades como José Maria da Silva Paranhos, o Barão do Rio Branco, o escritor José de Alencar, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Visconde de Taunay e Austregésilo de Athayde.