Por karilayn.areias

Rio - Salas de aula onde só cabem 30 alunos, mas abrigam 60; laboratórios fechados, grêmio estudantil e auditório em situação precária, elevadores sem funcionar há cinco anos, ginásio esportivo em péssimo estado de conservação e equipamento de ginástica olímpica obsoleto. Estas foram algumas irregularidades encontradas ontem pelo desembargador Siro Darlan e o juiz João Batista Damasceno na Escola Visconde de Cairu, no Méier, Zona Norte do Rio.

“Encontramos muitos materiais nunca usados. Amplificadores em caixas ainda fechadas e livros nunca entregues, dos anos de 2003, 2007, 2008”, disse Darlan. Segundo ele, a visita foi solicitada pelos próprios alunos que ocupam a escola. Eles ainda reclamaram que estão sem internet.

Para Damasceno, o problema das escolas públicas não é nem a falta de verba, mas a má gestão das unidades. Darlan e Damasceno ficaram de enviar um ofício à Procuradoria Geral da Justiça, ao Tribunal de Contas do Estado e à Comissão de Educação da Alerj, denunciando a situação. “Vimos que eles estão organizados e lutando por uma causa justa. Estamos orgulhosos por ver essa garotada movimentada e se empoderando dos direitos de cidadania”, completou Darlan.

Os alunos ainda disseram que foram ameaçados por policiais militares na tarde de quarta-feira. “Eles queriam entrar na escola, chegaram na porta, mas não deixamos. Segundo eles, foi feita uma denúncia de que havia drogas dentro da ocupação, mas sem mandado eles não entram”, afirmou Gabriel Gonçalves, aluno do 2º ano do Ensino Médio.O comando do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM) negou a existência sobre drogas no local.

Hoje são 65 unidades ocupadas no estado. Outras quatro foram desocupadas: Ciep 175 e 179, em São João de Meriti, Colégio Estadual Leopoldo Fróes, em Niterói, e Colégio Estadual Barão de Aiuruoca, em Barra Mansa. Reunidos ontem, os professores decidiram manter a greve, que já dura mais de um mês. 


Reportagem da estagiária Carolina Moura

Você pode gostar