Por paulo.gomes

Rio - Com espaço gourmet e brinquedo para crianças, o clima costuma ser familiar na Praça Granito, em Anchieta. Aos domingos, porém, o lugar virou ponto de encontro para grupos de bate-bolas. Mesmo longe do Carnaval, eles costumam promover brigas e assaltos nas redondezas, denunciam moradores. Por conta de uma rixa entre dois grupos, o último fim de semana terminou com duas pessoas mortas e quatro feridas no local. “Foi uma tragédia anunciada”, disse um morador.

“A gente sabia que isso iria acontecer. Denunciamos várias vezes à polícia”, declarou outro morador, que estava na praça no momento do tiroteio. Segundo o homem, que não quis se identificar, a ação seria uma vingança contra um grupo rival que “tomou” a praça na semana passada. “Um grupo expulsou o outro da praça. Foi uma vingança, um acerto de contas. Todo mundo sabia que eles iriam atacar. Aqui sempre foi um ambiente tranquilo, familiar. Mas aos domingos eles tomam conta para fazer todo tipo de baderna. Eu evito trazer meu filho”, afirmou.

Ataque deixa dois mortos e quatro feridos em praça de AnchietaSeverino Silva/ Agência O Dia

Uma comerciante que trabalha na área relatou que um homem havia feito ameaças na semana passada. “Esse líder de um grupo rival disse que iria fazer e acontecer, matar todo mundo. Desde que foi desativada a cabine da PM a situação piorou bastante. Falta policiamento”, denunciou.

Segundo testemunhas, o criminoso teria sacado uma arma e feito 13 disparos. Thiago Araújo Santos, de 27 anos, chegou a ser levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ricardo de Albuquerque, mas não resistiu. Ele seria um dos líderes do grupo de bate-bolas denominado Superação. Luiz Fernando Silva Santos, 16, também morreu no local.

Patrícia Simões, 44, tomou um tiro de raspão na barriga e está internada no Hospital de Clínicas Antônio Paulino, o Pronil, com quadro de saúde estável. No momento do ataque, ela estava lanchando em um trailer com o marido e as duas filhas, de 15 e 13 anos. “Só tive tempo de proteger minhas filhas, mas a Patrícia saiu correndo em vez de se abaixar”, afirmou o marido dela.

Um adolescente de 16 anos recebeu dois tiros, foi operado no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, e segue estável. Segundo informações da PM, os disparos teriam sido feito por um homem que estava com duas pistolas. “Um amplo trabalho de investigação foi iniciado para apurar as circunstâncias e a autoria dos disparos”, disse o delegado Fábio Cardoso, titular da Delegacia de Homicídios da Capital.

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