Por gabriela.mattos

Rio - Quem cruza a Zona Portuária do Rio percebe a nova paisagem descortinada por ali. Um novo trecho da Orla Conde, com um quilômetro de extensão, entre a Praça Mauá e o Armazém 6, será inaugurado em breve. O espaço conta com 206 postes de iluminação de LED, 153 bancos e 463 árvores. As mudanças na Avenida Rodrigues Alves, perto da Rodoviária Novo Rio, põem fim ao passado de ruas escuras e inseguras para quem circulava debaixo do viaduto da Perimetral, derrubado em 2012.

“Sempre passava por aqui e ficava com medo de esperar o ônibus, até mesmo de dia”, afirma o cozinheiro Cristiano Silva, de 33 anos. “Tem mais ar, nossa visão deu uma ampliada. Dá uma sensação de segurança melhor”, completa.

O garçom Atanazio%2C que trabalha há 30 anos em frente à antiga Perimetral%2C espera mais segurança com o VLTJoão Laet / Agência O Dia

Já o garçom Atanazio Alves, 49, que trabalha há 30 anos em uma casa de lanches em frente à antiga Perimetral, reclama: “Sinto que a Praça XV está isolada. Esperamos que fique mais seguro quando o VLT começar a funcionar”. Para ele, antes a clientela era maior. “As pessoas compravam algo para beber e iam pegar o ônibus. Sempre tinha gente passando”

Para a guia de turismo Camila Melo, 24, a área livre da Praça 15, que antes era ocupada com o viaduto, melhorou para passeios a pé. “Agora mostro o que era o Rio na época da Família Real. Explico as barcas, a Assembleia Legislativa (Alerj), aponto pontos principais. Estamos tendo a cidade de volta, com áreas mais arejadas”, acrescentou. “O grupo de turistas que quer conhecer essa nova cara do Rio até aumentou”, afirmou. “Isso é história”, concluiu.

Já foram entregues dois trechos da Orla: a Praça Mauá e o espaço de 600 metros na área da Marinha, perto dali. Ao todo, o passeio público terá 3,5 quilômetros de extensão. Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, o trecho do VLT que vai passar pela Praça 15 só será inaugurado no segundo semestre. No dia 22 será entregue o trajeto da Rodoviária até o Aeroporto Santos Dumont.

Na Praça XV, há quem sinta falta do Rio antigo, do mergulhão e até mesmo dos passos apressados das pessoas que paravam por ali. “Antigamente o movimento era maior. Agora a praça está vazia”, disse o vendedor de doces Wellington de Souza, 66, há mais de 40 anos no local. temendo a invasão de mendigos, como já ocorre nos bancos da Orla Conde.

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