Por gabriela.mattos

Rio - A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) confirmou nesta terça-feira três mudanças para o Carnaval em 2017 que já haviam sido anunciadas em primeira mão pelo DIA, através do colunista Leo Dias, na edição de 12 de janeiro. No ano que vem, o tempo máximo de desfiles de cada escola será reduzido, passando de 82 para 75 minutos. Com isso, o horário de início passará de 21h30 para 22 horas.

O número de carros alegóricos também será menor. Em vez de sete, cada escola poderá levar no máximo seis para a Marquês de Sapucaí. Destaque deste ano, o carnavalesco da Mangueira, Leandro Vieira, disse entender as mudanças propostas.

“Os desfiles precisam se olhar. Grandes manifestações carnavalescas acabaram por não se modernizarem. Os desfiles atuais estão na lógica do espetáculo. Então, é preciso olhá-lo dentro desta lógica. E assim, as mudanças são pertinentes”, elogiou Leandro Vieira.

Liesa altera três regras dos desfiles das escolas de sambaAlexandre Brum / Agência O Dia

O carnavalesco campeão, no entanto, diz que o Carnaval poderia ter uma outra concepção. “A festa como manifestação cultural, brasileira, autêntica e espontânea perde um pouco. Deixa de ser um espetáculo televisionado para ser um espetáculo televisivo. Mas compreendo os motivos dentro da lógica do espetáculo”, reforçou.

O historiador Luiz Antônio Simas, especializado em Carnaval e cultura popular, acredita que as mudanças possam ser positivas. “O horário dos desfiles, obviamente, foi condicionado à lógica da Rede Globo, que transmite os desfiles. Eu, particularmente, simpatizo com a ideia de um carro alegórico a menos. As alegorias já estavam tomando uma proporção indevida nos últimos tempos”, analisou Simas.

Em relação ao tempo do desfile, o pesquisador acredita que o Carnaval de 2017 será um teste. E não crê que o problema das escolas fosse o sétimo carro, mas as comissões de frente, ou pelo menos no que elas se tornaram.

“O que vinha travando a evolução das escolas não eram as alegorias, mas as comissões. Algumas delas demoravam quase dez minutos para evoluir. Isso travava completamente a escola na avenida. O impacto será aí”, aposta Luiz Antônio Simas.

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