Por tiago.frederico
Larissa Montijo e Clécio Coelho economizaram R%24 10 mil na festaDivulgação

Rio - Sabe aquele velho sonho de se casar e sentir na pele a emoção do esperado ‘dia do sim?’ De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado 1,1 milhão de pessoas viveram este momento lindo, representando um aumento de 5,4% em relação a 2014. A expectativa é de que em 2016 o número de uniões cresça ainda mais, algo na casa dos 8%. Porém, não é só o amor que une os pombinhos. A crise financeira tem sido motivo de tanta gente ‘fechar’ com a respectiva cara metade. É o que aponta a pesquisa da consultoria financeira Personal Pechincha: a vida de casado é cerca de 20% mais barata do que a de quem prefere morar longe da cara metade.

“Dependendo do perfil do casal, esta economia pode ser até maior. Além de dividir aluguel, condomínio, IPTU, água, luz, telefone, é possível cortar custo com transporte, por exemplo. Ter um carro a menos, fazer programas em casa. Isso sem contar quem entra no plano de saúde do companheiro”, conta a consultora Cristiane Vieira.
Ela montou o negócio depois de conseguir diminuir em 30% o valor de uma obra em sua própria casa. “Eu decidi oferecer isso para os outros e em setores mais variados”, disse. Cristiane ressalta que, atualmente, cerca de 90% dos clientes são para festas de casamento.

Funciona assim: o serviço é de graça, o cliente só paga uma porcentagem da economia que alcançou. Jorge Fernando, 32 anos, e Ana dos Santos, 30, ambos do Méier, viram na união estável a solução para os problemas financeiros. Eles moravam sozinhos e a despesa mensal de cada um girava em torno de R$ 1.500.

“A Ana estava sem plano de saúde e desempregada, foi aí que descobrimos que com a união estável ela poderia ser minha dependente. Aí morar junto foi a solução. Só em aluguel economizamos cerca de R$ 600”, relatou o noivo.

Mini weddings são tendência

Em tempos de crise, a tendência das festas de casamentos menores está em alta, são os mini weddings, que tem no máximo 100 convidados. “Este estilo de festa reduz 60% dos custos e valoriza a amizade do casal com os convidados, proporcionando proximidade. As pessoas não deixam de casar, o que muda é o tamanho do evento. Temos festas toda semana”, explica o badalado promoter de Niterói Haroldo Enéas.

Ele conta que em outros setores os profissionais estão aprendendo a se reinventar, mas no caso de quem trabalha com festa, a necessidade faz parte do próprio negócio. Necessariamente, as festas são customizadas e podem variar de preço e tamanho. Mas... tem jeito pra tudo.

Mercado de R$ 3 bilhões por ano

Outra prova de que os casamentos estão em alta em tempos de crise é a montanha de dinheiro movimentada pelo setor de festas, algo da ordem de R$ 3 bilhões por ano. Recessão? Que nada, o empresário José Luiz de Carvalho, da Goal Promoções e Feiras revela que o setor permanece estável em termos de faturamento.

Ele é o organizador da principal feira do Rio destinada aos casais, a Expo Noivas e Festas, que foi realizada no mês passado, no Riocentro. Já estou há 22 anos atendendo a este público, tempo suficiente para entender que é preciso ser ‘camaleônico’ quando o assunto é não perder o cliente.

“O perfil dos noivos mudou. As pessoas estão casando mais e as festas estão ficando menores, mas uma coisa compensa a outra”, comentou ele, lembrando só que no vestido não existe economia.

Muitas vezes, basta reduzir a festa para mantê-la. Larissa Montijo, 24 anos, e Clécio Coelho, 27, de Nova Iguaçu, planejaram uma festa para 200 convidados. Meses antes do casamento reduziram a lista à metade e economizaram R$ 10 mil. “Convidamos apenas os amigos mais próximos e familiares. Foi a maneira que encontramos para conseguir fazer a festa do jeito que queríamos”, contou Larissa.

Com apenas cinco meses de namoro Charles Vasconcelos, 24 anos, e Thamires Lucilia, 26, decidiram dar um passo a mais no relacionamento: foram morar juntos.“Optamos pela união estável porque é rápido e menos burocrático. Claro que queria uma festa, vestido de noiva... mas no final o que importa é estar com quem se ama”, afirma Thamires, que está feliz morando com o marido em Campo Grande.

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