Por marlos.mendes

Rio - Um dos quatro suspeitos de estar ligado direta ou indiretamente ao estupro de uma adolescente de 16 anos, na Zona Oeste, já identificados pela Polícia Civil, prestou depoimento na noite desta sexta-feira na Cidade da Polícia, no Jacarezinho. No fim da tarde, policiais fizeram uma operação na região da Praça Seca, em Jacarepaguá, e localizaram a casa no Morro São José do Operário, onde teria ocorrido a barbárie, que teve repercussão em todo o país e no exterior. A residência foi periciada.

As prisões não foram pedidas ainda, segundo o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, porque ‘falta detalhe jurídico’. “Existe um delegado à frente da investigação e se ele não o fez é porque não reuniu subsídios para isso. Ou se prende em flagrante ou mediante mandato. Tem que consubstanciar esse pedido”, afirmou Beltrame, em entrevista coletiva, ao lado do ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes.

Manifestantes na Alerj cobram punição para os 33 acusados de estuprar jovem de 16 anosAlexandro Auler / Agência O DIA

Na tarde desta sexta-feira, a vítima prestou novo depoimento e foi atendida por um psicólogo. Ela chegou acompanhada da mãe e da advogada Eloísa Samy Santiago. Com o rosto coberto, não deu entrevistas.
Inicialmente, foi atendida por psicólogos e por integrantes do Conselho Tutelar. O depoimento foi interrompido algumas vezes porque a jovem chorava muito. A advogada rechaçou a postura da polícia, que, em entrevista coletiva mais cedo, tratou o caso como “suposto estupro” e divulgou que era preciso dar andamento às investigações para verificar as circunstâncias do que ocorrera. “Não tem nada de suposto estupro. Foi estupro”, reagiu a advogada.

O suspeito que prestou depoimento ontem é o rapaz com o qual a vítima disse que mantinha um relacionamento há três anos e que se lembrava de ter adormecido na casa dele antes do estupro. Ele, que é jogador de futebol de um time do interior do Rio, chegou à delegacia acompanhado de outra jovem e de um amigo, que acenou para fotógrafos e cinegrafistas, sorridente, como se debochasse da situação. O advogado do suspeito, Eduardo Antunes, afirmou que o rapaz esteve com a vítima 48 horas antes do estupro coletivo, que teria acontecido na noite de sábado para domingo, e que, depois, não a viu mais. “Ele soube que está sendo acusado pela imprensa”, afirmou.

Mais cedo, o chefe de Polícia, Fernando Veloso, disse que há ‘indícios veementes’ de que houve crime de estupro, mas enfatizou que a polícia precisa concluir as investigações. Ele acrescentou que o número de suspeitos pode chegar a até 36. Houve atos contra o ataque em Curitiba, São Paulo e Rio. Em frente à Alerj, um grupo com cartazes repudiou o estupro.

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