Rio - Alunos deixaram nesta terça-feira as duas últimas escolas da rede estadual que ainda permaneciam ocupadas, em adesão à greve dos professores, que já dura quase quatro meses. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc), as aulas foram retomadas no Caic Tiradentes e Colégio Reverendo Hugh Clarence Tucker, que ficam no mesmo prédio. O único local que permanece ocupado é a sede da secretaria, na Região Portuária do Rio.
Os profissionais de Educação do estado vão decidir nesta terça-feira, em nova assembleia, os rumos da paralisação que já chega a 119 dias. O objetivo é avaliar o resultado das negociações com o governo e discutir sobre a última decisão do Supremo Tribunal de Justiça(STF), que cassou liminar do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe). A decisão impedia que o estado cortasse o ponto dos professores e funcionários grevistas.
Além da assembleia, os professores vão organizar um ato de protesto no Centro, para denunciar problemas da educação.Entre as reinvindicações, estão o piso salarial de R$ 1.180 dos professores e funcionários, que ganham um vencimento base menor do que o salário mínimo regional.
A secretaria informou que a coordenação do Sepe vem sendo constantemente recebida e uma contraproposta foi apresentada. Entre os pedidos feitos pelo sindicato estão a resposta à reivindicação de reposição salarial de 30%, após dois anos sem reajuste; garantir o retorno do calendário de pagamento no segundo dia útil para ativos e aposentados e uma escola para cada matrícula. Esta última medida, diz o Sepe, evita que os professores tenham que se desdobrar, trabalhando em quatro e até cinco escolas.
A greve de professores começou no dia 2 de março e teve o apoio de alunos que iniciaram o movimento de ocupação das escolas no dia 21 de março. O Colégio Estadual Mendes de Moraes foi o primeiro a ser ocupado por estudantes. Ao todo, cerca de 70 outras instituições aderiram. Os ocupantes pediam por melhorias na infraestrutura das escolas e no ensino.
A secretaria anunciou que as aulas voltaram ao normal após quatro meses de paralisação. O objetivo seria alertar os alunos que, afastadosno período, não sabiam da desocupação das unidades e do retorno às aulas. Para o Sepe, a medida ignora a greve ainda em andamento de parte dos docentes.
Reportagem da estagiária Daniele Bacelar